O que vem à sua cabeça quando pensa em um time incrível? Um time efetivo, que trabalha bem junto e entrega grandes resultados? Foi essa resposta que a área de Gente e Inovação do Google se prestou a responder na largada do Projeto Aristóteles.

O estudo - similar ao Projeto Oxigênio, onde a empresa estudou a ciência por trás de grandes gestores de pessoas - envolveu mais de 200 entrevistas com membros de 180 times da empresa e mais de 35 modelos estatísticos rodados para analisar os dados levantados.

Uma das principais conclusões que o projeto obteve foi que quem está em um time importa muito menos do que como esse time trabalha junto.

O que é um time?

Um importante primeiro passo para entendermos a efetividade de times é entender o que exatamente é um time. Há várias possíveis definições de time, baseadas na interdependência de atividades, estrutura organizacional, status e tempo de casa. No caso do Projeto Aristóteles, os pesquisadores acharam fundamental distinguir grupos de trabalho e times.

Grupos de trabalho

Grupos de trabalho são aqueles onde há menos interdependência entre as tarefas e responsabilidades dos colaboradores. Eles são geralmente baseados na estrutura organizacional da empresa. Grupos de trabalho se encontram periodicamente para trocar informações.

Um grande exemplo de um grupo de trabalho é a soma dos reportes diretos da VP de RH de uma empresa, geralmente composto por uma responsável por treinamento e desenvolvimento, um de remuneração e benefícios, um responsável pelas estruturas de business partners, e assim por diante. Outro exemplo são os gerentes de conta que reportam a um gerente de vendas.

Times

Times têm integrantes altamente interdependentes. Seus membros planejam o trabalho, resolvem problemas, tomam decisões e acompanham seus progressos a serviço de objetivos em comum. Os membros de um time geralmente precisam uns dos outros para realizarem seu trabalho e alcançarem seus objetivos.

Um grande exemplo de um time é uma squad multifuncional de produto composto por desenvolvedores, designers, gerentes de produto e analistas de negócios, onde cada membro depende dos inputs e da contribuição dos outros para que consigam entregar um produto completo. Também são exemplos de times task forces multifuncionais em grandes empresas, como aquelas que implementam ferramentas de software, repensam produtos e processos, etc.

O que são times incríveis?

Agora que definimos o que é um time, podemos avançar para a definição do que é um time incrível e efetivo no trabalho.

Para os pesquisadores do Google, um time efetivo foi definido como um time que tinha avaliações positivas de executivos sêniores da empresa, do(s) líder(es) do time, dos membros do time e para algumas métricas-chave.

O que faz um time incrível?

Definido o conceito de time e quais as características de um time incrível, o time de pesquisadores do Google passou então a tentar entender o que exatamente faz um time incrível.

A parte mais importante do estudo envolveu entrevistas double-blind que entrassem no tema do que fazia os melhores times serem assim. Além disso, os pesquisadores cruzaram resultados de pesquisas de clima, do estudo sobre bem estar no trabalho do Google - o gDNA -. No fim, os critérios sendo analisados eram as dinâmicas dos times (como cada membro, por exemplo, se sentia discordando de seus colegas), os perfis de habilidades dentro do time (como a capacidade de resolver problemas não previstos), traços de personalidade (como os analisados pelo teste Big Five) e a inteligência emocional dos membros (como a empatia dos membros em relação aos problemas uns dos outros).

O que os pesquisadores acharam foi um mix de características dos melhores times que podem ser resumidos em 5 grandes temas:

  • Segurança psicológica: os membros se sentiam confortáveis em discordar uns dos outros e tomar riscos interpessoais, ou seja, defenderem seus pontos e convencerem seus colegas de que estão certos. Ninguém tinha muito medo de ser percebido como ignorante, incompetente, negativo ou chato caso discordassem ou tomassem riscos e errassem. Além disso, os membros se sentiam à vontade ao admitirem erros, fazerem perguntas e oferecerem sua opinião; 
  • Confiabilidade: havia um alto grau de confiança de que os colegas iriam cumprir com seus combinados a tempo e na qualidade desejada/combinada; 
  • Estrutura e clareza: todos tinham clareza do que era esperado de suas contribuições e de quais processos seriam seguidos no trabalho. Metas faziam grande parte desse efeito; 
  • Significado: havia um importante senso de significado e propósito tanto no nível individual de cada membro quanto em relação aos propósitos do time; 
  • Impacto: nos melhores times, havia a percepção de que o trabalho sendo realizado (novamente tanto no plano individual quanto do grupo) era de grande importância para a empresa.

Entre as variáveis menos importantes, ou que não tinham correlação com a efetividade dos times, os pesquisadores encontraram fatores como o perfil pessoal dos membros (extroversão x introversão), a localização dos times (presentes no mesmo lugar x remotos), a quantidade de trabalho sendo feito (muita x pouca), o tamanho dos times ou o tempo de casa dos seus membros.

Se você tem interesse em medir se seus times são efetivos por meio de pesquisas como as usadas no Google, entre em contato com a gente e conheça nossas soluções!