No próximo sábado, comemoramos no Brasil o Dia da Consciência Negra. Apesar de não ser feriado em todo o Brasil, algumas cidades como São Paulo e os 92 municípios do Rio de Janeiro homenageiam a data. Esse dia foi escolhido por recordar a morte de Zumbi dos Palmares em 20 de novembro de 1695, líder do Quilombo dos Palmares, um refúgio dos escravos àquela época. Zumbi também foi responsável pela luta contra à escravidão, sendo um dos importantes nomes da nossa história.
Neste texto, traremos algumas lideranças negras de destaque que ainda lutam pela causa no Brasil e na América Latina. Continue a leitura e saiba mais!
1. Regina Célia
Regina Célia é co-fundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha. Há alguns anos, ela se comprometeu a trabalhar contra a violência doméstica — no Instituto, faz parte de um programa pedagógico que utiliza espaços universitários com o intuito de formar estudantes para combater a violência contra mulheres nas comunidades.
Graduada em Filosofia e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco, é também gerente do Instituto Avon, braço social da empresa de mesmo nome. Foi vencedora do prêmio Mulheres que Fazem a Diferença 2021, promovido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, cujo objetivo é o de reconhecer mulheres que se destacam em suas áreas de atuação.
Também criou o Programa Defensoras e Defensores dos Direitos à Cidadania, bem como é membro da Sociedade Civil da Comissão Seccional da Mulher Advogada OAB-PE.
2. Heliana Hemetério dos Santos
Heliana é historiadora e começou a sua participação em movimentos sociais na década de 1980. Bisneta de Hemetério José dos Santos: primeiro professor negro do Colégio Militar do Rio de Janeiro e da escola carioca Pedro 2°, bastante tradicional na cidade. Dessa forma, aprendeu desde cedo a estar presente em espaços que historicamente não estão destinados a mulheres negras e lésbicas, lutando pelos direitos sociais e defendendo uma participação mais igualitária em diferentes frentes.
Quando iniciou na militância, abriu portas para que a mulher pudesse virar um importante elemento nas discussões e decisões raciais, além de incluir em suas pautas a comunidade LGBT.
"Ouvia na escola que o racismo existia porque os negros eram pobres, mas é o contrário: a pobreza existe porque os negros estão nela. Meu pai sempre disse e é verdade: o racismo não acaba com a ascensão econômica. É preciso mais do que isso"
3. Anielle Franco
Anielle é natural do Rio de Janeiro, irmã de Marielle Franco. Nascida e criada na Favela da Maré, sempre buscou trazer para as suas pautas a população negra e periférica. Além de lutar pelos direitos à população, diariamente precisa lidar com o racismo em torno da morte da própria irmã, assassinada em 2018.
Por meio do Instituto Marielle Franco, busca manter a memória da vereadora viva. Há algum tempo, por exemplo, o local promoveu o Julho das Pretas, com o lançamento da coletânia de materiais escritos por mulheres A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras, com textos de Áurea Carolina, Benedita da Silva, Diana Mendes, Erica Malunguinho, Fabiana Pinto, Gabrielle Abreu, Juliana Marques, Leci Brandão, Renata Dias, Regina Sousa, Vilma Reis, Lúcia Xavier e Talíria Petrone, entre outros nomes.
Para Anielle, "eu acho que quando a gente fala de ser uma mulher negra latino caribenha significa muita coisa. Nem sempre me reconheci enquanto mulher negra quando nova. A minha mãe ensinou a gente desde sempre que não bastava ser boa porque a gente era preta e favelada, a gente tinha que ser a melhor.".
4. Áurea Carolina
Áurea é deputada federal pelo estado de Minas Gerais, tendo sido vereadora de Belo Horizonte por 2 anos. Logo no início de seu mandato, já promoveu mudanças na forma de legislar. Em vez de ter um gabinete para si e outro para a sua parceira de partido, fizeram um único espaço, denominado Gabinetona.
Além disso, preocupa-se em sempre manter um diálogo aberto com diferentes movimentos sociais e populares:
"Para cada luta, temos assessoras que servem de interlocutoras com a população, para ouvir e acolher as demandas. E fazemos isso com diferentes estratégias, como estar na rua conversando com as pessoas ou reuni-las nos Laboratórios Populares de Leis, que são encontros periódicos realizados na Gabinetona para debater ações. A partir daí é que desenvolvemos os projetos de lei ou propomos emendas, seguindo as reivindicações ouvidas. Com tudo isso, estamos conseguindo criar uma democracia realmente participativa."
Neste conteúdo, você pôde conhecer algumas lideranças negras que atuam diretamente com a causa no Brasil. Nas empresas, temos dados preocupantes relacionados ao assunto. Para se ter uma ideia, menos de 30% dos cargos de liderança são ocupados por pessoas negras. Além de ser um valor baixo, sofreu uma queda em relação a algum tempo atrás: de 29,9% para 29,5%, de acordo com o IBGE.
Se você deseja saber mais sobre diversidade nas empresas e dicas para mudar um pouco o cenário de nosso país, continue no blog e acompanhe um outro material que produzimos sobre o assunto!
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