Metas individuais são fundamentais para o desenvolvimento da pessoa colaboradora e para toda a empresa. Antes que uma organização possa atingir a sua missão com precisão, é necessário que as metas individuais de todos os colaboradores estejam definidas. Isso pode até mesmo otimizar outros processos seguintes como os OKRs (Objectives and Key Results), por exemplo.
Em uma definição básica, a meta individual é um compromisso que a pessoa colaboradora faz consigo para se desafiar e potencializar os seus resultados. Esse fator impacta positivamente a equipe em que ela trabalha e torna o ambiente cada vez mais apto para planejamentos mais amplos.
Por mais que o conceito possa ser simples, qual a importância da meta individual, de que forma ela pode ser traçada dentro dos objetivos gerais da empresa e como ela pode ser alcançada? Confira neste material que preparamos sobre o assunto!
Para que definir metas individuais?
Primeiramente: qual o motivo para se realizar qualquer tipo de atividade? A neurociência define a motivação como um aspecto fundamental para responder essa questão. E o que motiva uma pessoa, principalmente no ambiente de trabalho, pode vir de diversas fontes.
Ao contrário da crença popular de que a recompensa financeira basta para motivar uma pessoa no contexto organizacional, Daniel Pink, autor da obra “Motivação 3.0 - Drive: A surpreendente verdade sobre o que realmente nos motiva”, menciona que a política do “se fizer isto, receberá aquilo” não vale para todas as situações, sendo que às vezes ela pode até ser improdutiva.
De acordo com pesquisa da GPTW (Great Place to Work), salário e benefício, recompensas claras, não são suficientes para manter as pessoas trabalhando. Perguntados do porquê de se manterem em um emprego que gostassem, as pessoas entrevistadas responderam:
- oportunidade de crescimento – 44%;
- qualidade de vida – 24%;
- alinhamento de valores – 14%;
- remuneração e benefícios – 14%;
- estabilidade – 2%.
A motivação, essa força que faz com que as pessoas realizem coisas, serve como principal combustível para o planejamento de metas. Antes que a pessoa colaboradora possa realizar uma atividade, é importante que ela tenha um rumo claro a seguir, que esteja alinhado à missão da empresa e que seja alcançável.
Na década de 80, os professores Edwin Locke e Gary Latham desenvolveram a Teoria da Fixação de Objetivos e Metas, na qual demonstraram a importância de desafios claros como estímulos para um melhor desempenho na produtividade. Da mesma forma, que mostram como objetivos impossíveis ou vagos são desmotivadores para quem os estabeleceu, complicando a produtividade.
“Mas isso aí não é OKR?”
Não, mas é um bom pré-requisito para um bom OKR, que não deixa de ser um processo de metas também, porém com outras características. No caso das metas individuais, elas são realizadas a curto prazo com o intuito de, ano a ano, se aproximar cada vez mais dos objetivos estabelecidos nos OKRs, alcançados a longo prazo.
A metodologia do OKR geralmente está associada a um planejamento acessível e colaborativo por todos os funcionários da empresa, o que a torna mais flexível em comparação às metas tradicionais. Portanto, quando as metas individuais estão alinhadas aos times, a organização se torna mais próxima de atingir as suas metas globais. Para que esses resultados mais gerais sejam alcançados, algumas iniciativas específicas precisam ser tomadas.
Os conceitos podem até se associar ao planejamento na área de Gestão Empresarial. Enquanto os OKRs estão mais alinhados ao planejamento estratégico — com foco em aspectos como visão da empresa e objetivos gerais —, as metas individuais estão mais relacionadas ao planejamento operacional e são caracterizadas pela realização de tarefas rotineiras e de curto prazo.
Em uma demonstração prática, um OKR pode ser aumentar o faturamento da organização, enquanto a meta individual pode ser uma tarefa prática que, por mais que seja experimental ou baseada em um menor prazo de tempo, ajude a empresa a faturar mais.
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Metas SMART: qual a relação com as metas individuais e os OKRs?
Em 1981, o autor George T. Doran publicou o seu primeiro artigo sobre os critérios de meta “SMART”, um acrônimo que, em tradução livre, significa as iniciais das palavras Específica, Mensurável, Atingível, Relevante e Temporal e que funcionam como requisitos fundamentais. Suas definições específicas devem responder os seguintes pontos:
- Específica: o que se quer atingir, quem irá realizá-la e o porquê de fazê-la;
- Mensurável: quanto tempo durará e quais os resultados esperados;
- Atingível: se é possível realizá-la com base no histórico de atividades da empresa;
- Relevante: se ela impacta nos números da empresa (faturamento, lucro, clientes etc);
- Temporal: qual o prazo determinado para ser realizada.
Além desta base, alguns teóricos no assunto ainda apoiam o acréscimo das duas letras E e R no final deste acrônimo, transformando a sigla em “SMARTER”, cuja tradução livre significa “mais inteligente”. O significado dessas iniciais ainda diverge opiniões, sendo que o E representa Avaliação ou Expansão, para validar o progresso da meta ou auxiliar na ampliação dos potenciais; e o R representa Recompensa, relacionada ao que será feito assim que as conquistas forem alcançadas.
A relação das metas SMART com os OKRs está especialmente na definição dos key-results. Key-Results são métricas e entregáveis que vão medir o quão bem sucedido fomos com o nosso objetivo. Um bom exercício a ser feito é: se atingirmos nossos key-results, vamos ter alcançado nossos objetivos? E bons key-results são justamente metas SMART, que podem ser individuais ou de times.
De certa forma, trabalhar as metas individuais é também desenvolver o bem-estar dos colaboradores, o que comprovadamente aprimora a produtividade. Segundo a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, sentir que tem controle da vida faz parte do bem-estar de uma pessoa, seja de decisões simples como aquelas que impactam o futuro. Além disso, o controle está ligado ao estresse, sendo que, quanto menos controle, maior é o estresse na vida.
Neste conteúdo, trouxemos a importância de se traçar metas individuais e o impacto positivo que elas podem gerar nas etapas seguintes de planejamento — ou até mesmo na dificuldade que ela pode gerar caso não seja bem desenvolvida. Também destacamos a importância da motivação individual antes de tudo para o melhor funcionamento dos processos futuros.
Agora que você aprendeu o que é uma meta individual e como aplicá-la, confira os nossos materiais que podem te auxiliar na realização de processos seguintes, como a definição de planos de ação para os OKRs!