A avaliação de desempenho é um processo bastante comum nas empresas. Ele serve para analisar, mensurar e compreender a performance das pessoas colaboradoras em determinado período, tendo em mente suas entregas e comportamentos no dia a dia do trabalho.
Esse é um processo coordenado pelo time de RH, mas certo receio pode vir a surgir nos profissionais quando lhe é demandada uma avaliação de desempenho individual. Isso porque é comum a dúvida sobre o que de fato é isso, como funciona e como fazê-la.
Pensando nisso, neste conteúdo vamos nos aprofundar mais sobre o tema, explicando o conceito da avaliação de desempenho individual, como ela funciona e algumas boas práticas para realizá-la. Aproveite para conhecer ferramentas que auxiliam nesta tarefa. Boa leitura!
O que é e como funciona a avaliação de desempenho individual?
A avaliação de desempenho individual pode ter dois pontos de vista:
- aquela avaliação feita pela liderança direta de uma pessoa colaboradora, considerando sua performance de maneira individual dentro de um ciclo;
- a avaliação feita pela pessoa colaboradora acerca do próprio trabalho desempenhado em um ciclo, também conhecida como autoavaliação.
Nos dois casos, ela faz parte de um processo de gestão de desempenho que normalmente é coordenado pelo time de Recursos Humanos e que acontece recorrentemente — seja trimestralmente, semestralmente ou anualmente.
O processo como um todo é constituído por etapas como:
- estabelecimento de objetivos e metas para equipes e para indivíduos;
- acompanhamento desses objetivos durante o ciclo proposto;
- momento de avaliação de desempenho, que ocorre ao fim do ciclo (é aqui que se encontra a avaliação de desempenho individual, seja pela liderança, seja pela própria pessoa avaliada);
- calibração (etapa realizada pelas lideranças e pelo time de RH para alinhamento de visões, inclusive a autoavaliação);
- devolutivas e feedbacks;
- definição de Planos de Desenvolvimento Individuais (PDIs), sob acompanhamento das lideranças.
Na avaliação de desempenho individual feita pela liderança, a gestão direta é orientada a dar um parecer sobre como enxerga a performance da pessoa liderada dentro do ciclo proposto. Dessa maneira, ela deve levantar tarefas executadas, desempenho do profissional, seu comportamento frente às situações, assim como os resultados obtidos. Ainda, são considerados objetivos e metas preestabelecidos e se foram alcançados.
No caso da autoavaliação especificamente, os próprios profissionais são convidados a refletirem sobre o ciclo que se passou, identificando as tarefas executadas por eles mesmos, as entregas feitas e os resultados obtidos. Além disso, devem resgatar também como foi o próprio comportamento e a atuação no trabalho em equipe. Isso vale tanto para pessoas colaboradoras lideradas, quanto para lideranças, que também podem e devem fazer uma autoavaliação.
É importante ressaltar que, no caso da autoavaliação, não devem ser considerados apenas os pontos positivos, já que é comum que todos tenhamos habilidades a desenvolver. Inclusive, esse reconhecimento, quando abordado na autoavaliação, é muito bem visto, uma vez que demonstra humildade e genuíno interesse em aprender.
Nesse sentido, diferentemente do que se pode pensar, a avaliação individual sobre si mesmo também é importantíssima para que as lideranças e o time de RH identifiquem o potencial e a real vontade da pessoa colaboradora de crescer e se desenvolver na carreira e na empresa. Por isso, é importante que ela também discorra sobre esses anseios e as respectivas possibilidades que o profissional enxerga para si mesmo e para a organização como um todo.
Neste artigo, vamos focar especificamente na autoavaliação. Sendo assim, você encontrará informações relevantes sobre esse tipo de avaliação de desempenho individual, vamos lá?
Quais são os benefícios da avaliação de desempenho individual?
A avaliação de desempenho individual tem benefícios que englobam a própria pessoa colaboradora, é claro, mas que também abrangem sua equipe e a empresa como um todo. A seguir, vamos passar por alguns desses benefícios. Acompanhe!
Alinhamento estratégico
O primeiro benefício da avaliação de desempenho individual é o alinhamento estratégico das ações e dos objetivos das pessoas colaboradoras de forma individual com a estratégia global da empresa. Dessa forma, são traçadas metas e objetivos que vão ao encontro do que é importante para a pessoa, mas também para a empresa, possibilitando o desenvolvimento de ambas as partes quando se obtém sucesso.
Análise de oportunidades
A autoavaliação possibilita que, para além de entender quais foram os resultados e comportamentos do ciclo passado, a pessoa colaboradora possa, com isso, enxergar e vislumbrar quais são as oportunidades que considera para si mesmo dentro da empresa. Isso é fundamental para guiá-la rumo ao crescimento em sua carreira.
Possibilidade de desenvolvimento
Justamente por perpassar aprendizados do ciclo que se encerra, a avaliação de desempenho individual permite ter uma visão sobre as possibilidades de melhoria de habilidades e as ferramentas necessárias para isso. Dessa maneira, essa é uma importante oportunidade para se desenvolver profissionalmente.
Identificação de potenciais lideranças
Potenciais lideranças devem ser justas ao fazerem avaliações de desempenho e isso é válido também para aquela que é feita sobre si mesmo. É necessário ter um senso de justiça e reconhecer pontos de melhoria também. Com isso, a autoavaliação permite identificar essas características nas pessoas colaboradoras da empresa — e tenha certeza que sua atual liderança e o RH estão de olho nisso.
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6 boas práticas na avaliação de desempenho individual
Pode ser que, ao fazer sua avaliação de desempenho individual, você se esqueça de abordar algum ponto que possivelmente sua liderança e o RH desejam que você considere. Então, separamos 6 boas práticas para você levar em consideração no momento de autoavaliar-se. Confira!
1. Abordar as metas estipuladas
Avaliações de desempenho no geral perpassam metas estipuladas para o ciclo que acabou de finalizar, tendo como objetivo entender que as ações e atividades estavam de acordo com elas e, por fim, se foram de fato alcançadas. Então, numa avaliação individual, é fundamental abordar esse ponto e, mais do que isso, levantar conquistas e também obstáculos para esse atingimento ou não.
2. Demonstrar o progresso desde a última avaliação
Tendo conseguido ou não bater a meta do ciclo, é importante demonstrar qual foi o próprio progresso desde a última avaliação. Assim, além de ser uma fonte de motivação para o ciclo que está se iniciando, é possível demonstrar para a empresa que você está em um desenvolvimento constante. Lembre-se de que muitas culturas organizacionais prezam por isso e certamente a da sua empresa também.
3. Mostrar como foi a desenvoltura nas situações de trabalho em equipe
Para além de resultados, as avaliações de desempenho também visam avaliar o fit cultural e o comportamento das pessoas colaboradoras na rotina de trabalho. Por isso, é importante que a autoavaliação aborde alguns aspectos sobre sua desenvoltura na execução de atividades, principalmente aquelas que exigem habilidades de trabalho em equipe.
4. Reconhecer pontos de melhoria
Conforme mencionamos, não é vergonha reconhecer pontos de melhoria — essa, por sinal, é uma informação bastante relevante de estar presente nas avaliações de desempenho individuais. Elas reforçam uma postura de humildade e de abertura para o conhecimento. Além disso, podem ser uma importante fonte de insights para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), etapa posterior à dos feedbacks pós-avaliação.
5. Abordar a produtividade
Não se esqueça também de apontar como foi a sua produtividade durante o ciclo. Haja com sinceridade e, caso ela não tenha sido tão boa assim, elenque os fatores que colaboraram para isso, sejam eles internos ou externos à sua vontade. Caso a explicação seja baixa motivação, por exemplo, existe a possibilidade de traçarem um plano de ação para que você execute tarefas com as quais tenha mais afinidade ou até, por que não, vá para uma área da empresa que te motive mais. Lembre-se de que sua liderança deve ser sua parceira no seu desenvolvimento.
6. Explicitar o impacto do trabalho no contexto da equipe e da empresa
Para além dos impactos do seu trabalho para o seu próprio dia a dia e resultados, é indicado que a autoavaliação explicite quais foram os efeitos das suas atividades e tarefas na equipe e na empresa. Conforme mencionamos na primeira boa prática, o alinhamento entre suas ações e a estratégia da empresa são importantíssimos para bons resultados.
10 exemplos de perguntas para a avaliação de desempenho individual
Se você ainda tem dúvidas sobre como fazer uma avaliação de desempenho individual, aqui vão 10 exemplos de perguntas que poderão nortear o seu processo autoavaliativo, considerando as boas práticas que mencionamos:
1. "Como eu avalio meu desempenho neste ciclo de maneira geral?"
2. "Quais são as habilidades que eu considero que poderia melhorar e por quê?"
3. "Eu fui capaz de alcançar as metas estabelecidas? Se sim, o que mais impactou para que isso acontecesse? Se não, o que atrapalhou?"
4. "Como foi meu relacionamento com minha equipe no dia a dia do trabalho? Fiz um bom trabalho em equipe? Quais são os exemplos disso?"
5. "Como eu avalio meu progresso entre o último ciclo de avaliação e o atual?"
6. "Como foi minha produtividade durante o ciclo? Se foi boa, o que contribuiu para isso? Se foi ruim, o que pude aprender com isso e como melhorá-la?"
7. "Para além do atingimento das metas, como meu trabalho contribuiu para a equipe e para a empresa como um todo?"
8. "Eu enxergo um alinhamento estratégico entre minhas ações e o que a empresa entende como sucesso?"
9. "Como eu avalio o relacionamento com a liderança e o suporte que tive durante o ciclo?"
10. "O que considero que posso desenvolver no próximo ciclo? Como isso se alinha com os objetivos da empresa?"
Como um software contribui para a avaliação de desempenho individual?
O uso de um software especializado para avaliação de desempenho pode trazer ótimas contribuições para a autoavaliação. Principalmente porque, quando aliado ao módulo de OKRs, por exemplo, ele permite consultar dados e resultados do último ciclo de maneira bastante objetiva, possibilitando o embasamento adequado da avaliação.
Além disso, a possibilidade de aliá-lo a features de feedback possibilita que a pessoa colaboradora retome os feedbacks que recebeu durante o ciclo e avalie se fazem sentido e se refletem o que enxerga acerca do próprio desempenho.
O mesmo acontece no caso dos registros de one-on-one, em que o profissional pode revisitá-los para relembrar questões abordadas nessas reuniões com suas lideranças. Aqui, é importante identificar se pontos de melhoria foram resolvidos, por exemplo, se comportamentos foram realinhados ao longo do ciclo, entre outros fatores.
Ainda, é possível revisitar as prioridades registradas semanalmente, com o objetivo de entender se foram cumpridas e se estavam de acordo com o objetivo global do ciclo. O nível de satisfação, motivação e engajamento também pode ser percebido pela análise de respostas de pesquisas pulse de sentimento ao longo do período, possibilitando uma conclusão mais fidedigna sobre esse ponto também.
Tudo isso sem contar a oportunidade de retomar os resultados da avaliação de desempenho de ciclos anteriores ao recém-terminado a fim de compreender se tem havido, de fato, um desenvolvimento ao longo do tempo. Caso não, é possível recalcular a rota e ir ao encontro disso.
Como pudemos perceber, a avaliação de desempenho individual tem duas nuances: aquela em que é feita pela liderança direta do profissional e a do tipo autoavaliação. Neste conteúdo, aprofundamos no segundo tipo de avaliação individual. Assim, pudemos passar por seus benefícios que podem ser reverberados ao seguir as boas práticas mencionadas.
Agora que nos aprofundamos na autoavaliação, que tal entendermos um pouco mais sobre autoliderança? Acesse nosso artigo sobre o tema e continue navegando pelo nosso blog!