A expressão tem origem nas Olimpíadas de Barcelona de 1992 e fazia referência à seleção de basquetebol dos Estados Unidos, composto por grandes estrelas da NBA (National Basketball Association) e que não perdeu nenhuma partida durante a competição.

Mas o que isso tem a ver com a sua empresa? Bom, aplicada ao meio corporativo, a expressão dream team passou a fazer referência a times de funcionários que são produtivos, que sabem trabalhar em equipe e que alcançam excelentes resultados juntos.

Continue a leitura para entender mais sobre o dream team e saber qual é o papel do RH nisso. Saiba ainda o que se pode fazer para montar um time com tais características.

O que significa dream team?

Dream team, em tradução literal, significa “time dos sonhos”, e a história do termo tem origem no esporte.

Até o ano de 1989, o time de basquete dos Estados Unidos era formado apenas por jogadores universitários. Para as Olimpíadas de 1992, em Barcelona, a equipe escalou os melhores atletas norte-americanos da NBA para a competição, contando com astros como Michael Jordan e Magic Johnson.

O resultado disso foi a construção do que até hoje é chamado de o “o melhor time de todos os tempos”, que conquistou a medalha de ouro daquela edição das Olimpíadas. Mais do que isso, o feito se deu sem ser derrotado em sequer um tempo de jogo.

Porém, diferentemente do que se pode imaginar, não foram apenas técnica e experiência que fizeram deste um time vitorioso. Características como colaboração, estratégia e comunicação entre os membros também foram fundamentais para uma conquista tão importante.

A expressão passou, então, a fazer parte do mundo corporativo e a caracterizar times que “dão certo” e que, juntos, atingem excelentes resultados para a empresa. Assim, ciente de seu papel, cada um dá o seu melhor, contando inclusive com o suporte da gestão para alcançar objetivos.

Quais são as características de um dream team nas empresas?

É verdade que equipes desalinhadas ou com estratégias difusas podem até bater metas e alcançar objetivos. No entanto, os custos disso podem ser enormes, tanto sobre questões financeiras quanto em termos de eficiência.

Por isso, um verdadeiro dream team precisa apresentar algumas características cruciais para garantir sua efetividade, conforme mostraremos adiante. 

1. Trabalho em equipe

De nada adianta ter uma equipe repleta de especialistas e “batedores de metas”, se, em vez de colaborarem mutuamente, cultivam extrema competitividade entre si. Esse tipo de situação colabora apenas para atrasar o alcance de determinados objetivos, além de gerar desgaste e estresse na equipe. Assim, ainda que os resultados pré-determinados sejam atingidos, é possível que o clima organizacional fique prejudicado, impactando em outros fatores como absenteísmo, presenteísmo e turnover.

Diante de tudo isso, conclui-se que um verdadeiro dream team deve ser composto por pessoas que, por mais expertise que tenham, saibam trabalhar em equipe e reconhecer suas forças, mas também suas fraquezas. Dessa forma, a fraqueza de um pode ser compensada pela força do outro e, no fim das contas, é possível obter ótimos resultados.

2. Boa comunicação

A falta ou a falha de comunicação são grandes vilãs de um bom trabalho em equipe. Isso porque quando não há alinhamento entre as pessoas de um time, dificilmente as ações convergirão para um resultado comum (ou dentro do esperado). Quando isso acontece, são comuns situações como erros, retrabalho e, em alguns casos, acidentes de trabalho.

Por isso, é fundamental cultivar e incentivar uma boa comunicação entre as pessoas da equipe, de maneira que possam trocar ideias e informações, traçando estratégias realmente eficientes.

3. Foco em resultados

Um dream team precisa ter um objetivo em comum. Esse é o primeiro ponto para que saibam onde querem chegar. A partir disso, será possível traçar o caminho até lá. Porém, para que isso seja possível, é necessário que todas as pessoas colaboradoras tenham foco no alcance de resultados (que, como mencionado, devem ser comuns).

Então, é preciso definir indicadores, objetivos e resultados-chaves que evidenciarão se o time está realmente caminhando para o sentido correto e, caso não esteja, haja tempo hábil para recalcular a rota. Dessa forma, aumentam as chances de obter os resultados esperados.

4. Vontade de se desenvolver

Quando um profissional se desenvolve, consequentemente, a empresa também cresce. E é essa a lógica que deve acontecer com os dream teams. Para isso, é preciso que as pessoas envolvidas tenham genuína vontade de se desenvolverem.

A busca por conhecimento auxilia não apenas a alcançar os resultados previstos, mas até, quem sabe, transpô-los. Assim, são maiores as chances de promover a criatividade e a inovação também.

5. Autonomia

O microgerenciamento pode ser um vilão quando o assunto é construir equipes eficientes. Quando há muitos obstáculos, empecilhos e burocracias, dificilmente se alcançam determinados resultados ou, ainda que isso aconteça, pode levar um tempo maior do que o previsto.

Por isso, a autonomia é outra característica essencial para os dream teams. É preciso que eles tenham a liberdade necessária para criar e para tomar decisões em meio aos projetos que realizam. A liderança atuará, então, no sentido de acompanhar e dar o suporte necessário.

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Qual o papel do RH na construção e na gestão de um dream team?

O time de Recursos Humanos é o principal responsável por montar as equipes de uma empresa, assim como fazer o devido gerenciamento delas. É ele quem deve garantir as condições necessárias para o bem-estar, o desenvolvimento e a retenção de talentos na empresa.

Isso significa que o RH tem um papel fundamental na construção e na gestão de um dream team e, para isso, deve atuar de maneira extremamente estratégica. Assim, cada ação, cada projeto e cada meta devem ser desenhados considerando fatores que caminhem nesse sentido, assim como as características de dream teams citadas anteriormente.

Quais ações do RH colaboram para ter um dream team?

Já sabemos sobre a importância do papel do RH para se ter dream teams. Mas quais, de fato, são as ações que a área pode implementar para construir esse tipo de equipe? É o que vamos conferir a seguir.

Recrutamento e Seleção

É certo que o primeiro passo para a entrada de uma pessoa na empresa é dado pelo RH. Nesse sentido, nada mais importante do que ter um processo de Recrutamento e Seleção estratégico e eficiente na empresa. Para isso, é importante que haja uma atenção especial não apenas para as hard, como também para as soft skills das pessoas candidatas, além do estabelecimento de um paralelo entre essas características e a cultura da empresa.

Onboarding

“A primeira impressão é a que fica”. A máxima pode ser muito bem aplicada quando falamos do contexto organizacional e explica bem a importância de um processo de onboarding bem conduzido.

Dessa maneira, é preciso que o RH trabalhe na estruturação disso, explicando tudo o que a nova pessoa colaboradora precisa saber para exercer suas funções, assim como o que é esperado dela em termos de trabalho e de comportamento. Assim, ela poderá atuar de acordo com as expectativas de que integre um verdadeiro dream team.

Avaliação de Desempenho

Conforme mencionamos, faz parte do papel do RH a preocupação com o desenvolvimento das pessoas colaboradoras. Afinal, um dream team é composto não apenas com pessoas que chegam “prontas” na organização, mas também por aquelas que desejam se desenvolver.

A avaliação de desempenho surge então como um importante processo capaz de guiar esses profissionais — e, consequentemente, a empresa — rumo ao sucesso e deve ser implementada de acordo com o contexto organizacional. Para isso, é preciso definir qual será o tipo de avaliação de desempenho implementado, fazer um planejamento em termos de estratégias e prazos, assim como analisar os resultados e fazer devolutivas adequadamente.

Planos de sucessão

Os planos de sucessão são ótimos aliados de um dream team, à medida que permitem o acompanhamento e o mapeamento de talentos que se destacam em termos de desenvolvimento nas equipes.

Tem-se, assim, insumos para identificar aqueles que podem ser promovidos e que podem, inclusive, se tornar gestores, retroalimentando um ciclo de alto desempenho e eficiência nos times.

Treinamentos

Os treinamentos são ferramentas importantíssimas para dream teams. Conforme mencionamos, não basta recrutar pessoas realmente qualificadas, é necessário também trabalhar no desenvolvimento dos talentos que já estão na empresa. Para isso, é preciso investir no treinamento desses profissionais, incluindo as lideranças.

Pesquisas

Pessoas desmotivadas e desengajadas dificilmente entregam o seu melhor no trabalho. Além disso, inseridas em um clima organizacional ruim, também encontram dificuldades para apresentar resultados.

Nesse sentido, as pesquisas são ótimas ferramentas para o RH entender qual é o panorama da empresa, seja individualmente (por meio de pesquisas de sentimentos), seja de maneira mais global (com pesquisas de clima e eNPS).

Feedbacks

Em um dream team, quando uma pessoa se desenvolve a partir do feedback de outra, esta também estará se desenvolvendo ao oferecê-lo. E é essa a lógica presente na troca de feedbacks, que deve ser estimulada e respaldada pelo RH e pela cultura organizacional. Para além do crescimento individual, os feedbacks também contribuem para um maior alinhamento no trabalho e para uma melhor relação interpessoal.

One-on-ones

A realização de reuniões de one-on-one entre lideranças e pessoas lideradas dá às segundas a chance de evidenciar para as primeiras algumas questões importantes sobre o dia a dia no trabalho, sobre as relações e até mesmo sobre a vida pessoal, quando necessário.

Ouvindo o que essas pessoas têm a dizer, lideranças e RH têm ainda mais insumos para trabalhar ativamente na remediação de possíveis problemas que possam estar dificultando a efetivação de um dream team.

Gestão por OKRs

Quando mencionamos as características de um dream team, comentamos sobre foco em resultados e objetivos comuns, certo? Pois, com a gestão por OKRs, isso não apenas se torna mais palpável, como também permite o alinhamento entre objetivos individuais, das equipes e da empresa como um todo.

Além disso, trata-se de uma metodologia extremamente horizontal e transparente, o que incentiva a autonomia e o comprometimento dos membros da equipe.

Conforme pudemos ver, o papel do RH perpassa o processo de construção e gestão de um dream team de ponta a ponta e, por isso, deve considerar as características e as ações mencionadas neste artigo. Dessa forma, será possível atuar estrategicamente para construir equipes verdadeiramente eficientes.

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