Existem atletas e times que despertam a nossa atenção pela sua performance nos campeonatos e Olimpíadas ou simplesmente por trazerem títulos históricos e nunca antes alcançados.

Há nomes, inclusive, que contribuem para que o país inteiro volte seus olhares para um esporte que até então nem sabíamos as regras ou nem mesmo que existiam campeonatos em que eles eram os protagonistas: equipes e pessoas que simplesmente mudam o jogo.

Neste material, trouxemos alguns exemplos que ganharam a torcida no país e em todo o mundo. Continue a leitura e saiba mais!

1. Time de Ginástica Artística feminina (Jogos Olímpicos de Paris, 2024)

Um dos esportes mais populares dos Jogos Olímpicos, a ginástica artística é tradicionalmente dominada por países como Rússia, Japão, Estados Unidos e, mais recentemente, a China. No entanto, nas últimas três décadas, o Brasil vem cativando seu lugar de destaque na ginástica.

E, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a equipe de ginástica feminina brasileira obteve um feito histórico: a primeira vez no pódio olímpico, conquistando a medalha de bronze por equipes.

As ginastas Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Julia Soares competiram nos tradicionais aparelhos da ginástica — paralelas assimétricas, trave, solo e salto — em uma disputa emocionante. O Brasil se manteve entre a 5ª e 6ª colocação durante grande parte da competição, deixando o melhor para o salto, último aparelho em que a equipe brasileira se apresentou.

Neste aparelho, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade brilharam e garantiram a virada para o Brasil, que ultrapassou a Grã Bretanha e garantiu a medalha de bronze na última apresentação.

Com carisma e resiliência, as cinco atletas demonstraram o poder do trabalho em equipe, com cada uma garantindo seu melhor e “cobrindo” as fraquezas umas das outras — uma grande lição também para times corporativos.

2. Rayssa Leal

Rayssa Leal nasceu em Imperatriz, cidade do Maranhão, em 2008. Com apenas 6 anos de idade, por influência do pai e de um amigo, começou a praticar skate. Foi quase que uma paixão momentânea. Enquanto aprendia diferentes manobras e se especializava na área, compartilhava vídeos na internet, se tornando conhecida na região.

Em 2015, o primeiro marco de sua curta carreira foi presenciado em cadeia nacional. Seu maior sonho era conhecer Letícia Bufoni, sua ídola do esporte, e esse encontro foi proporcionado pelo Globo Esporte. Seu talento chamava tanto a atenção, que um dos maiores nomes do esporte, Tony Hawk, repostou um vídeo da atleta, no qual estava vestida de Sininho, personagem do Peter Pan. Foi aí que surgiu o nome "Fadinha do Skate".

Aos 11 anos, a atleta fez história ao se tornar a mais jovem skatista a faturar uma etapa da Street League Skateboarding (SLS). Em 2019, com apenas 12 anos, participou do Mundial de Skate Street, sendo vice-campeã.

Com o passar do tempo, foi acumulando ainda mais prêmios, rendendo a Rayssa a indicação ao Prêmio Laureus, conhecido como o Oscar do Esporte. Ganhou projeção nacional e milhões de seguidores ao participar das Olimpíadas de Tóquio em 2021, onde faturou a medalha de prata.

Na edição mais recente dos Jogos Olímpicos, em Paris, a jovem skatista superou dificuldades: durante a fase classificatória, terminou na sétima posição, avançando com sufoco entre as oito melhores. Na decisão, com desafios para encaixar as voltas, Rayssa conseguiu recuperar a calma e executar bem as manobras.

Com 253.37 pontos, a atleta garantiu sua medalha de bronze no skate street feminino, tornando-se a mais nova multimedalhista da história do Brasil.

3. Daiane dos Santos

Não podemos deixar de falar sobre atletas que mudam o jogo sem mencionar Daiane dos Santos. Trata-se de uma pessoa pioneira em diversos contextos. Foi a primeira ginasta brasileira, por exemplo, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha em campeonato mundial. Além disso, foi a primeira atleta negra do mundo a conquistar uma medalha de ouro.

Também foi membro da primeira equipe completa de ginástica artística a competir pelo país em uma edição das Olimpíadas, no ano de 2004, em Atena.

Além disso, destaca-se o fato de que Daiane conta com dois movimentos que levam seu nome pelo fato de ter sido a primeira ginasta do mundo a realizá-los: o duplo twist carpado e o duplo twist esticado.

‘A repercussão foi mundial, porque eu não fui a primeira negra brasileira, fui a primeira ginasta negra do mundo a ganhar uma medalha de ouro. Se fala sobre preconceito racial na semana da Consciência Negra, no mês de novembro, que a gente tem um dia. Desculpa, eu não sou negra um dia, eu sou negra todos os dias’.

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4. Primeira vitória do Brasil na Copa

Não podemos falar de virar o jogo sem mencionar a primeira vitória do Brasil em uma Copa do Mundo, no ano de 1958. Nos anos de 1938 e 1950 a seleção chegou perto da vitória, alcançando respectivamente a terceira colocação e o vice-campeonato.

No ano de 58, sob o comando de Vicente Feola, a Copa da Suécia contou com 16 seleções. Já no time, contava com atletas que fariam história, mas que até então eram desconhecidos: Pelé e Garrincha.

Na fase de grupos, a seleção ganhou sobre a Áustria por 3 a 0, empatou com a Inglaterra em 0 a 0 e ganhou da União Soviética por 2 a 0. Nas quartas de final, eliminou o País de Gales por 1 a 0, com um memorável gol do Pelé. Nas semifinais, venceu a França por 5 a 2. Na final, contra os donos da casa, fez a maior goleada na história de uma final da Copa do mundo, por 5 a 2.

5. Marta

Quando mencionamos sobre futebol, ainda temos presente uma cultura machista e com poucos destaques para as mulheres. Porém, não se pode deixar de mencionar Marta. Trata-se da única atleta do futebol feminino nomeada pela FIFA seis vezes melhor do mundo. Cinco dessas nomeações foram consecutivas, entre 2006 e 2010.

A última conquista foi no ano de 2018, mas nos anos de 2011, 2012, 2013, 2014 e 2016 chegou a concorrer ao prêmio, estando entre as três primeiras posições.

Nascida em Dois Riachos, a jovem sabia que o seu futuro não cabia nessa pequena cidade. Ali, ela não conseguiria viver sua paixão, e seu talento certamente seria desperdiçado. Ela já participava de equipes do município quando seu treinador conseguiu que a jogadora participasse de duas peneiras em grandes times do Rio de Janeiro. Apenas aos 14 anos, ela saiu de sua cidade natal e partiu para o mundo para viver seu sonho.

Devido ao preconceito vivenciado na infância, bem como as dificuldades no início da carreira com a necessidade de continuamente virar o jogo, ela é uma ativista a favor da igualdade de gênero no futebol.

Na Copa do Mundo Feminina da França em 2019, a atleta jogou com uma chuteira preta sem patrocínio, com um símbolo representando a equidade de gênero no esporte. Essa chuteira faz parte da campanha Go Equal, que ganhou milhares de pessoas adeptas e conta com a participação de mulheres não apenas do futebol, mas de diferentes esportes.

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