No mês dedicado às mulheres, preparamos alguns materiais especialmente para este momento. Para dar abertura a essa sequência de conteúdos, trouxemos algumas startups fundadas por mulheres que merecem destaque. Apesar de o Brasil ter vivido uma explosão no ecossistema de inovação, com mais de 10 unicórnios reconhecidos nos últimos anos, o avanço foi menos significativo quando mencionamos diversidade e inclusão.
Neste conteúdo, a gente apresenta alguns dados sobre o tema, além de trazer nomes de startups fundadas por mulheres que valem a pena conhecer. Confira!
Dados do mercado
Há um ano, em um estudo divulgado especificamente no dia 8 de Março pela Endeavor e a B2Mamy, houve um comparativo de 10 anos atrás com o ano de 2020. Em 2011, quando esse ecossistema de startups no Brasil estava no início (com apenas 18% do tamanho de hoje), as empresas de tecnologia fundadas por mulheres representavam apenas 4,4% do mercado. Outras 3,5% foram fundadas por ambos os gêneros.
Quando analisamos as fundadas exclusivamente por homens, tínhamos a porcentagem de 92,1%. Em 2020, pouca coisa mudou. Os índices passaram para 4,7%, 5,1% e 90,2%.
O fato de termos startups fundadas por homens em sua expressiva maioria é apenas a ponta do iceberg. De acordo com um levantamento feito pela Harvard Business Review, investidores privilegiam pitchs de homens em detrimento das mulheres, mesmo se o argumento de vendas for o mesmo.
O relatório "Women in Technology Leadership 2021", da consultoria Harvey Nash, examinou a representação das mulheres em cargos de liderança na indústria de tecnologia em todo o mundo e revelou que, apenas 15% das startups que arrecadaram financiamento em 2020 tinham fundadoras mulheres.
Startups fundadas por mulheres
Nesse cenário, é importante reconhecermos quais são algumas das startups fundadas por mulheres. A seguir, selecionamos algumas delas. Confira!
1. Gupy
A Gupy surpreendeu o mercado com a aquisição da Kenoby, sua principal concorrente, quando identificamos as plataformas de recrutamento e seleção. Considerada a empresa pioneira em inteligência artificial para essa fase da jornada da pessoa colaboradora, a empresa que adquiriu foi idealizada por Mariana Dias, administradora que a princípio não se interessava por Recursos Humanos.
Em uma das empresas nas quais trabalhou, Mariana teve uma chance para conhecer o setor e, caso não desse certo, poderia ser remanejada. No entanto, por poucos meses, identificou que não se tratava de uma área operacional, mas, sim, extremamente estratégica.
Ao longo de sua experiência, identificou uma dor que não havia nenhuma ferramenta no Brasil que pudesse solucionar: otimizar o processo de recrutamento, com uma solução de fácil usabilidade e que tivesse preço acessível. A partir da frase "onde há problema, há oportunidade", Mariana decidiu sair da empresa onde trabalhava para empreender — e hoje é co-founder de uma das HRTechs mais conhecidas do país.
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2. Vittude
Preocupar-se com a saúde mental também tem sido uma das prioridades para grande parte das organizações. Pensando nisso, Tatiana Pimenta identificou que o mercado contava com uma carência de soluções que pudessem conectar psicólogos com pacientes a partir de diferentes linhas terapêuticas.
Foi aí que surgiu a ideia da Vittude. O negócio tem como objetivo auxiliar empresas a cuidar de forma preventiva da saúde mental das pessoas colaboradoras. Fundada em 2016, já conta com mais de 100 mil usuários e 5 mil psicólogos cadastrados.
3. PrograMaria
No mercado, também identificamos uma defasagem de profissionais mulheres na área de programação, formada em sua maioria por homens. Por essa razão, Iana Chan fundou a PrograMaria, startup que tem como objetivo formar e engajar mulheres a explorar esse mundo, trazendo confiança para que elas possam conhecer a área e começar a trabalhar nesse projeto.
Tudo começou com a criação de um clube de programação que Iana desejava montar com algumas amigas próximas. Depois que esse projeto se iniciou, novas ideias surgiram, principalmente com o intuito de elas poderem aplicar os conhecimentos adquiridos e romperem as barreiras de um mercado predominantemente masculino.
No site do PrograMaria, além de encontrar artigos relacionados a essa área do mercado, você também pode encontrar dicas e materiais para que mulheres possam enfrentar diferentes tipos de assédio na área. Vale a pena conhecer!
4. Newa
Essa startup é especializada em atender empresas que desejam capacitar lideranças conscientes, cujo foco é o de promover diversidade de gênero e inclusão. Carine Ross é a fundadora da empresa, com especialização nas áreas de Programação Neurolinguística e no Programa Executivo de Liderança Feminina.
5. Inovenow
A startup de educação foi fundada pela empreendedora Vanessa Pessoa com o intuito de promover a gestão de aprendizagem entre pessoas e startups.
A empreendedora diz que a ideia para criar a startup veio da dificuldade de acesso prático a conhecimentos específicos que ela teve quando ainda morava na Paraíba. A partir daí, começou a desenvolver o seu projeto, que já impacta diretamente mais de 2 mil startups e cerca de 10 mil pessoas.
Neste conteúdo, além de conhecer algumas startups fundadas por mulheres, você pôde conferir alguns dos dados do mercado que nos trazem certa preocupação quanto à desigualdade de gênero. Além de ser predominantemente dominado por homens, há preconceito também por parte das pessoas investidoras, que priorizam empresas cujo pitch é feito por homens. E a sua organização, incentiva lideranças femininas? O que vocês fazem para mudar esse cenário?
Esse tipo de debate é importante não apenas no mês das mulheres, mas em todo o período do ano. Por isso, sempre incentive esse tipo de comunicação na sua empresa e traga ações concretas para melhorar esse cenário.
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