A diversidade e inclusão de pessoas no contexto empresarial é um tema que tem ganhado um destaque cada vez maior nos últimos anos. Além dos notáveis benefícios para a empresa, como o aumento na inovação, produtividade e retenção da equipe, o investimento em diversidade e inclusão também é essencial para o bem-estar e saúde de um profissional.

Um dos principais pilares a serem investidos pelas empresas nesse sentido é a diversidade de gênero, que ainda tem sérios desafios a serem superados. Segundo uma pesquisa feita pelo IBGE em 2019  a presença feminina no mercado de trabalho tenha aumentado nos últimos 5 anos e chegado a 54,5%, ainda há grande diferença, comparando-se com a presença masculina — que chegou a 73,7%. Além disso, as desigualdades de salários, cargos e oportunidades de crescimento ainda são grandes problemas nas organizações.

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, você vai aprender um pouco mais sobre o panorama da diversidade de gênero no Brasil, quais são os principais desafios e números sobre esse tema. Continue a leitura e saiba mais!

Quais são as diferenças de gênero no mercado de trabalho?

A história da mulher no mercado de trabalho mostra que, ao longo de várias décadas, as mulheres deixaram de dedicar seu tempo integral em atividades domésticas e passaram a ocupar espaços profissionais. Contudo, o cenário atual das empresas ainda está longe de ser igualitário e as diferenças de gênero estão presentes em vários aspectos, seja por vieses inconscientes, seja por preconceito contra mulheres. 

Empregabilidade

Um dos principais indicadores para destacar as diferenças de gênero nas empresas é a presença de homens e mulheres no mercado. Atualmente, a taxa de desemprego de mulheres no Brasil chega a 17%, enquanto a de homens está em cerca de 11%, de acordo com estudos feitos pelo IBGE. E com os impactos da pandemia, mais da metade da população feminina com 14 anos ou mais ficou de fora do mercado de trabalho. 

Em relação ao emprego formal, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) destacou que, em 2020, 230 mil vagas criadas foram ocupadas por homens e, em contrapartida, as mulheres perderam mais de 87 mil postos de trabalho.

Diferença salarial

Um estudo feito pelo IBGE mostra que as mulheres recebem 79,5% do salário dos homens, onde a média salarial mensal das mulheres é de R$ 2.050,00 e a dos homens equivale a R$ 2.579,00. 

Além disso, pode-se observar que a diferença salarial pode ser refletida mesmo nos mesmos cargos. De acordo com a plataforma Hired, em 2020, candidatos do sexo masculino receberam ofertas de salários maiores do que as mulheres para a mesma função, na mesma empresa.

Cargos de liderança

O cenário de desigualdade de gênero também é bem evidente na perspectiva de cargosa de liderança. De acordo com a pesquisa Women in Business 2020: Do plano de ação à prática, da Grant Thornton, as mulheres ocuparam 29% dos cargos de liderança até 2020, pensando numa perspectiva global. Contudo, este número tem mostrado uma constante evolução ao longo dos anos, com aumento de dez pontos percentuais ao longo de 15 anos. Além disso, apenas 21% dos cargos c-level são ocupados por mulheres até 2020. 

Falando sobre o Brasil, a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” do IBGE mostrou que, em 2019, as mulheres ocupavam 37% dos cargos gerenciais e recebiam apenas 77% do rendimento dos homens que também ocupavam cargos de liderança. 

Como promover a diversidade de gênero nas organizações?

Agora que você já entendeu algumas das principais problemáticas relacionadas à igualdade de gênero no trabalho, é importante refletir sobre qual o papel das lideranças e do RH na diversidade de gênero. 

O primeiro passo é entender em conjunto qual é o cenário em que a empresa está inserida e levantar um diagnóstico a partir disso. Esse tipo de análise pode ser feita a partir de um censo ou outro modelo de pesquisa sobre informações da equipe. É importante analisar, por exemplo, quais cargos são ocupados por homens e por mulheres e como tem sido as políticas de remuneração para pessoas trabalhadoras e pessoas candidatas. E a partir disso, é essencial refletir sobre qual é o cenário ideal a ser alcançado.

Além disso, é essencial que o RH ofereça espaços de que permitam a reflexão sobre gênero nas empresas. O comitê de diversidade e inclusão é uma iniciativa que tem sido cada vez mais priorizada pelas empresas e pode levantar ações focadas não somente em gênero, mas também em outras demandas de diversidade e inclusão. 

O processo de recrutamento e seleção de talentos também deve ser priorizado. Para isso, é importante que o RH leve em consideração os diferentes contextos sociais e econômicos das mulheres na sociedade e trabalhar em vagas afirmativas — especialmente em cargos de liderança ou em áreas onde há menor presença de mulheres. 

Por fim, é essencial que as lideranças apoiem o desenvolvimento profissional das mulheres e estabeleçam um momento de interação com liderados e lideradas, a fim de entender quais são os desafios, motivações e vivências desses profissionais.

Agora que você já sabe sobre o cenário da diversidade de gênero nas empresas, que tal conhecer algumas das mulheres que transformaram o ecossistema de startups no Brasil? Continue no blog e aprenda mais sobre o assunto!