Contratar profissionais tem sido um desafio para muitas organizações. Não faltam pessoas buscando novas oportunidades no mercado, contudo há uma dificuldade em alinhar a demanda das organizações com as habilidades desses profissionais. Por isso, investir em treinamento e desenvolvimento se tornou essencial para as empresas contarem com colaboradores atualizados.
Segundo relatório da Great Place to Work (GPTW), 39% das empresas identificam uma lacuna de desenvolvimento de soft skills entre seus colaboradores. Atualmente, investir no aperfeiçoamento dessas habilidades comportamentais é fundamental para que uma organização se diferencie competitivamente.
Confira o conteúdo e entenda o que são soft skills, quais são as principais e como desenvolvê-las entre os colaboradores da sua equipe!
O que são soft skills?
As soft skills são habilidades comportamentais e não técnicas — diferentemente das hard skills — que se relacionam com a forma como o colaborador trabalha e se comporta. Interações no ambiente de trabalho e resolução de problemas, por exemplo, estão relacionadas com as soft skills.
Essas habilidades interpessoais impactam diretamente o desempenho das pessoas colaboradoras na empresa e é bem provável que os profissionais já apresentem algumas dessas soft skills desde a época da escola, faculdade ou outras experiências de trabalho. O mais importante é que, ao contrário do que se pode pensar a respeito do assunto, essas habilidades podem — e devem — ser desenvolvidas no ambiente de trabalho.
Qual a diferença entre soft skills e hard skills?
As hard skills são habilidades técnicas e específicas relacionadas ao escopo de trabalho do profissional. Elas são aplicadas na execução da função que o colaborador ocupa na organização. Por exemplo, um analista de dados precisa ter hard skills específicas para trabalhar com ferramentas e metodologias utilizadas nas análises e levantamentos.
As soft skills (que também podem ser entendidas como “competências”), por outro lado, são mais abrangentes e podem ser aplicadas em diferentes áreas por profissionais que ocupam posições distintas. Elas são tão importantes quanto as hard skills, pois ainda que o profissional se destaque tecnicamente, pode não ser bem-sucedido caso tenha dificuldades de trabalhar em equipe, por exemplo.
As soft e as hard skills são complementares e devem ser consideradas no desenvolvimento da equipe. Treinando habilidades interpessoais e habilidades técnicas, o colaborador é capaz de desempenhar seu trabalho com mais agilidade e impactar positivamente os resultados do negócio.
Qual a importância das soft skills?
Atualmente, existe uma discrepância entre as habilidades que as empresas precisam e o que encontram nos profissionais disponíveis no mercado. É o que aponta o relatório Tendências para Gestão de Pessoas do Great Place to Work.
Segundo o relatório, 39% das empresas consultadas notam uma lacuna no desenvolvimento de soft skills em seus colaboradores e 37% notam essa lacuna tanto de soft skills quanto de hard skills. Ou seja, 76% das empresas consultadas identificaram algum tipo de lacuna nas habilidades interpessoais dos seus profissionais.
O conhecimento técnico ainda é valorizado pelas empresas, mas as soft skills assumiram um papel relevante principalmente com a pandemia da Covid-19. Esse período complexo pós-pandemia, onde o caos é uma realidade permanente, passou a ser chamada de BANI.
O acrônimo diz respeito às palavras, em inglês, brittle, anxious, nonlinear e incomprehensible (que, em português, significam, respectivamente, frágil, ansioso, não-linear e incompreensível). Trata-se de um conceito usado para caracterizar a sociedade atual.
No mundo BANI, a agilidade nas ações e decisões passou a ser determinante para o sucesso dos negócios e o conhecimento prévio dos profissionais já não é mais suficiente para solucionar os novos desafios.
Todos os profissionais precisarão de maior ou menor grau de adaptação e revisão do conhecimento e as soft skills — que já eram importantes — passaram a ser indispensáveis para que as pessoas e organizações consigam reagir positivamente a esse conjunto de mudanças.
Quais são as 15 principais soft skills?
Ainda de acordo com o relatório da Great Place to Work, essas são as soft skills mais valorizadas pelas organizações atualmente:
- 1. capacidade de solucionar problemas complexos;
- 2. capacidade de liderar e influenciar;
- 3. resiliência;
- 4. pensamento analítico;
- 5. pensamento crítico;
- 6. flexibilidade;
- 7. criatividade;
- 8. visão de mundo.
O relatório Future of Jobs do Fórum Econômico Mundial também mapeou as habilidades do futuro, acompanhando as mudanças inauguradas pela pandemia. O relatório levantou as 15 habilidades mais relevantes até 2025, dentre as quais se destacam 9 soft skills (algumas delas, bastante semelhantes àquelas levantadas pela GPTW, como mostrado anteriormente):
- 1. pensamento analítico e inovação;
- 2. aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado;
- 3. resolução de problemas;
- 4. pensamento crítico;
- 5. criatividade;
- 6. liderança;
- 7. resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade;
- 8. inteligência emocional;
- 9. persuasão e negociação.
Como podemos observar, os grupos de soft skills em alta incluem pensamento crítico e analítico, resolução de problemas e habilidades de autogestão. Essas skills são essenciais para lidar com a imprevisibilidade e a mudança acelerada dos negócios, processos e estratégias no mundo pós-pandêmico.
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Como desenvolver soft skills na empresa?
O ritmo de mudança acelerado no mundo BANI exige dos profissionais e organizações um processo de aprendizado contínuo, que inclui as soft skills. Mas há uma dificuldade por parte das organizações de encontrarem profissionais com esse conjunto de habilidades interpessoais.
No entanto, esse desenvolvimento não deve ser uma responsabilidade apenas do profissional, visto que trata-se também de um interesse organizacional. Soma-se a isso o fato de que as empresas também terão mais insumos (financeiros, principalmente) para proporcionar ações nesse sentido para as pessoas que nela trabalham.
A fim de explicar por que se trata de um interesse das empresas, deve-se enfatizar aqui o importante papel das soft skills quando o assunto é cultura e clima organizacionais, por exemplo. Contratar talentos que não apresentem competências compatíveis com os valores da empresa pode gerar transtornos e até mesmo prejuízo.
Por isso, mais do que contratar profissionais altamente qualificados, investir no treinamento e desenvolvimento das pessoas colaboradoras tornou-se indispensável para qualquer empresa que busca se diferenciar competitivamente nesse cenário complexo. Confira, então, algumas iniciativas para desenvolver as soft skills dos profissionais da organização!
One-on-ones e feedbacks
As one-on-ones são reuniões periódicas entre o líder e as pessoas lideradas, que permitem um momento mais individualizado com foco no alinhamento, desenvolvimento e produtividade das pessoas colaboradoras.
Um dos principais benefícios dessas reuniões é a oportunidade de focar no desenvolvimento da pessoa liderada. Nas one-on-ones, o colaborador pode alinhar as soft e hard skills que devem ser priorizadas e contar com insights do seu líder para desenvolvê-las e crescer profissionalmente na empresa.
Já os feedbacks auxiliam o profissional a identificar o que faz bem e o que deve desenvolver. Com uma cultura de feedback contínuo, em que líderes, liderados e pares enviam e recebem feedbacks de forma recorrente, os profissionais da organização são capazes de identificar facilmente quais skills precisam desenvolver.
Plano de Desenvolvimento Individual
Um dos principais desafios no processo de desenvolvimento dos colaboradores é a definição de prioridades e entregáveis claros para que não sejam despriorizados no dia a dia de trabalho. Uma forma eficiente de evitar isso é contando com o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI).
Com o PDI, a liderança consegue auxiliar de forma facilitada a pessoa liderada a desenvolver habilidades — soft ou hard skills —, alinhando o objetivo de carreira à estratégia do negócio. Por meio dessa ferramenta, é possível definir e acompanhar planos de ação específicos para cada uma das habilidades levantadas.
Além disso, o PDI é personalizado para a realidade de cada profissional e deve ser desenvolvido em conjunto pelo líder e o liderado. Cabe ao líder, fornecer insights, apoiar e monitorar a evolução do liderado em torno do que foi definido no plano.
Plataforma de educação corporativa
Como vimos, apesar das soft skills estarem relacionadas com o comportamento e personalidade das pessoas colaboradoras, é possível e muito importante investir no desenvolvimento dessas habilidades entre os profissionais da equipe.
Investir em uma plataforma de educação corporativa proporciona um aprendizado fácil, intuitivo e centralizado. Com essa solução, é possível estruturar uma experiência de aprendizado personalizada para cada colaborador, alinhada às prioridades de desenvolvimento de cada um.
E, já que falamos em uma nova realidade pós pandemia de Covid-19, na plataforma, os profissionais podem acessar de qualquer lugar conteúdos corporativos ministrados por especialistas de mercado e focados nas principais soft skills do futuro. Assim, as prioridades de desenvolvimento de cada colaborador passam a ter entregáveis objetivos e bem definidos.
Imagine que um colaborador deseja assumir uma posição de liderança na organização. Ao alinhar isso com seu líder nas one-on-ones, eles definiram em conjunto que ele deve priorizar o desenvolvimento de soft skills ligadas ao trabalho em equipe. Na plataforma de educação corporativa, esse colaborador encontrará conteúdos que facilitarão o desenvolvimento dessas skills, tendo a possibilidade de traçar uma trilha de aprendizagem personalizada e de acordo com suas necessidades e ambições.
Qual é o papel da gestão de desempenho no desenvolvimento de soft skills?
A gestão de desempenho tem papel fundamental no desenvolvimento de soft skills. Para entendermos a relação, é importante recordarmos sobre o conceito de gestão de desempenho. Segundo Herman Aguinis, pode ser definido como:
“O processo contínuo de identificação, mensuração e desenvolvimento do desempenho de indivíduos e times, e o alinhamento desse desempenho com os objetivos estratégicos da organização.”
A partir disso, é fácil perceber como a gestão de desempenho contribui para o desenvolvimento de soft skills. Afinal, pelo fato de essas competências dizerem respeito a comportamentos e formas de trabalhar que podem (e devem) ser desenvolvidas nas pessoas colaboradoras e, sendo esse o principal objetivo da gestão de desempenho, uma coisa “casa totalmente” com a outra.
Isso é ainda mais eficiente quando feito por meio de um processo estruturado como o de gestão de desempenho (ou de performance). Melhor ainda quando implementado com o uso de ferramentas e tecnologias especializadas, em que é possível aplicar uma série de ações citadas neste artigo acerca de como desenvolver tais soft skills.
Como uma plataforma de gestão de desempenho auxilia no processo?
As plataformas de gestão de desempenho aumentam a produtividade não só do time de RH, como de toda a empresa. Além disso, permite o registro e a análise de dados, com históricos, o que contribui para melhores tomadas de decisão, assim como para ações mais estratégicas. São algumas das funcionalidades desse tipo de plataforma:
- envio direto de feedbacks com o objetivo de auxílio no desenvolvimento uns dos outros;
- envio de elogios públicos a colegas, incentivando comportamentos considerados adequados, assim como motivando que outras pessoas também elogiem umas às outras;
- agendamento e registro de reuniões de one-on-ones;
- registro e acompanhamento de Planos de Desenvolvimento Individuais (PDIs);
- aplicação de learning, podendo esse estar ligado ao próprio PDI da pessoa colaboradora, com trilhas personalizadas para seu desenvolvimento e passíveis de acompanhamento por parte das lideranças.
Neste conteúdo, você pôde entender a importância das soft skills para a estratégia de treinamento e desenvolvimento das organizações. Como vimos, as soft skills se tornaram ainda mais relevantes após a pandemia da Covid-19 e é essencial que as empresas invistam em soluções e implementem práticas para o desenvolvimento dessas habilidades.
O uso de processos como o de gestão de desempenho e de tecnologias como plataformas especializadas nisso também é um importante aliado para que as empresas auxiliem nesse desenvolvimento das pessoas colaboradoras. Dessa maneira, o impacto pode ser sentido tanto pelo profissional, quanto pela empresa, em que ambos colhem bons resultados do processo.
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