Um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) bem elaborado é uma ferramenta poderosa para potencializar o crescimento profissional e pessoal. No entanto, muitos se deparam com a dificuldade de seguir o plano ao longo do tempo, seja por falta de clareza, objetivos pouco práticos ou até mesmo pela falta de acompanhamento.
Criar um PDI que seja simples de acompanhar não só aumenta as chances de sucesso, mas também torna o processo mais motivador e menos desgastante. Neste post, vamos compartilhar 4 dicas essenciais para que você possa montar um PDI fácil de seguir e que, de fato, gere resultados concretos.
1. Defina a área que deseja desenvolver
Antes de tudo, é essencial que você crie esse Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) em conjunto com o seu líder. Isso tornará o plano muito mais eficaz e aumentará o seu comprometimento com o processo.
Se você já sabe o que pretende desenvolver, ótimo! Caso ainda não saiba, uma ótima forma de encontrar uma área para se aperfeiçoar é revisitando os feedbacks construtivos que já recebeu nos meses anteriores e as avaliações de desempenho respondidas sobre você.
Outro meio de encontrar uma área de desenvolvimento também é conversando com o seu líder. Assim, ele consegue te mostrar as oportunidades que estão surgindo na empresa e que você pode querer aproveitar, para que juntos vocês encontrem sintonia entre as necessidades da organização e o seu PDI.
"Eu ainda estou aprendendo." - Michelangelo, aos 87 anos
É importante lembrar que você pode focar em áreas de desenvolvimento comportamentais também. Afinal, soft skills são tão importantes quanto as habilidades técnicas. De qualquer forma, procure focar em poucas áreas de desenvolvimento por vez, para que você realmente consiga se aperfeiçoar no que definiu.
2. Seja o mais específico possível
Você não precisa elaborar planos para toda a duração do PDI de uma vez, mas é essencial que as próximas semanas estejam bem desenhadas para que você possa seguir o que foi planejado. Por isso, seja específico ao fazer os planos de ação do seu PDI.
Vamos a um exemplo de outra área, mas que exemplifica bem a importância da especificidade.
Em um estudo publicado no British Journal of Health Psychology, pesquisadores mediram a frequência com que as pessoas se exercitavam em um período de duas semanas. Primeiramente, eles dividiram aleatoriamente 248 adultos em três grupos.
O grupo 1 era o grupo de controle. Eles foram convidados a medir a frequência com que se exercitariam nas próximas semanas. Antes de irem embora, cada pessoa foi convidada a ler os três parágrafos iniciais de um livro não relacionado.
O grupo 2 foi o grupo de motivação. Eles também foram convidados a medir a frequência com que se exercitariam nas próximas semanas. Em seguida, cada pessoa leu um panfleto sobre os benefícios de praticar exercícios para reduzir o risco de doenças cardíacas. Além disso, os participantes também foram informados: “A maioria dos jovens adultos que aderiram à prática regular de exercícios descobriu que isso foi muito eficaz na redução das chances de desenvolver doença arterial coronariana”.
O objetivo dessas ações era motivar o grupo 2 a se exercitar regularmente.
O grupo 3 foi o grupo de intenção. Depois de serem instruídos a medir a frequência de exercícios, eles também leram o panfleto motivacional e receberam o mesmo discurso do Grupo 2. Isso foi feito para garantir que o grupo 2 e o grupo 3 estivessem igualmente motivados.
Ao contrário do Grupo 2, no entanto, eles também foram convidados a formular um plano para quando e onde se exercitariam na semana seguinte. Foi solicitado a cada pessoa do grupo 3 que declarasse explicitamente sua intenção de se exercitar, completando a seguinte declaração:
“Durante a próxima semana, farei pelo menos 20 minutos de exercício no dia [DIA] às [HORA DO DIA] em/no/na [LUGAR].”
Duas semanas depois, os pesquisadores analisaram os resultados e ficaram surpresos.
- No grupo de controle, 38% dos participantes se exercitaram pelo menos uma vez por semana.
- No grupo de motivação, 35% dos participantes se exercitaram pelo menos uma vez por semana.
- No grupo de intenção, 91% dos participantes se exercitaram pelo menos uma vez por semana.
A maioria das pessoas que foram específicas sobre quando e onde se exercitariam seguiu adiante. Enquanto as que somente leram o material motivacional não tiveram um percentual relevante de sucesso.
3. Acompanhar é tão importante quanto criar
Aqui está o erro que boa parte das pessoas cometem: criar seu plano de desenvolvimento é só o começo da jornada. Agora, é imprescindível começar a executar o PDI e acompanhar o andamento do que está sendo feito por meio de um documento ou ferramenta.
Assim como nas OKRs, o acompanhamento é a chave para seguir com o que você planejou. Por isso, marque 1:1s com uma frequência específica com seu líder para falar sobre seu plano de desenvolvimento.
Assim, você poderá pedir feedbacks contínuos sobre o que está fazendo e vai conseguir corrigir a rota do que não estiver saindo como o planejado. Além disso, juntos vocês poderão criar os planos de ação para as próximas semanas.
4. Aplique o que você está aprendendo
Não importa quantos livros você leu, quantos cursos fez ou quantos certificados tem. Se você não estiver aplicando o que está aprendendo, tudo isso não passa de obesidade cerebral.
O seu input deve estar relacionado ao seu output. Ou seja, você precisa se policiar sempre para garantir que está praticando mais do que consumindo. Permita-se ser amador no começo e confie que vai melhorar com o processo.
"Em primeiro lugar vem a dedicação, depois a habilidade."- Leonardo da Vinci
Ao longo do seu plano de ação, é interessante criar alguns milestones com pequenos entregáveis para que você consiga testar o que está aprendendo.
Uma outra forma de analisar se você realmente absorveu o conhecimento necessário no seu PDI é marcar um talk com seu time e compartilhar quais foram os seus aprendizados no processo. Assim, além de testar se realmente fixou os tópicos estudados, você ajuda as pessoas ao seu redor a crescerem também.