A pandemia da Covid-19 acelerou as tendências e promoveu mudanças significativas no mercado de trabalho. Esse novo período que passou a ser chamado de BANI é marcado pelo caos e exige agilidade e novas habilidades dos profissionais e dos negócios para se diferenciarem competitivamente.

O avanço da tecnologia e da digitalização do trabalho ficou ainda mais acelerado e é indispensável que as organizações invistam no desenvolvimento dos seus colaboradores para que consigam enfrentar os novos desafios posteriores a esse período complexo.

Confira o conteúdo que preparamos para entender o impacto da pandemia no futuro do trabalho, as tendências para os próximos anos e como preparar a equipe para esse futuro!

Como a pandemia impactou o futuro do trabalho?

A pandemia da Covid-19 inaugurou um novo cenário chamado BANI em que o caos é uma realidade a ser enfrentada. Esse novo contexto é marcado por algumas novas premissas:

  • a velocidade nas ações e tomadas de decisões serão determinantes para o sucesso dos negócios e profissionais;
  • o impacto das mudanças que vêm ocorrendo vai além da disrupção que conhecíamos até então;
  • o conhecimento prévio que tínhamos já não é mais suficiente para lidar com os desafios desse novo cenário.

Esse processo de ruptura ficou conhecido como Grande Reset, marcado por grandes mudanças em um curto período de tempo. Com isso, os parâmetros estão sendo revistos e as referências atualizadas para lidar com uma realidade que não havia sido prevista. Confira outras características do mundo BANI:

  • novas decisões para lidar com a mudança dos contextos políticos, econômicos e sociais;
  • exposição dos sistemas devido às inconsistências, inadequações e contradições desse momento;
  • retorno ao essencial para desenvolver soluções que preservam vidas e meios de subsistência em meio à crise;
  • desafio para as lideranças, que passaram a ter que conciliar cada vez mais resultados do negócio e bem-estar da equipe em meio ao caos.

Ainda que os impactos da pandemia tenham sido minimizados com o avanço da vacinação pelo mundo, as mudanças provocadas pelo isolamento social, avanço do trabalho remoto e a crise sanitária aceleraram tendências muito relevantes para compreender o futuro do trabalho.

Quais são as principais tendências para o futuro do trabalho?

O relatório Future of Jobs, desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial, levantou em 2023 os principais desafios e tendências que as empresas teriam que lidar nos próximos anos. Acompanhe a seguir alguns desses desafios levantados por essa e por outras pesquisas. Veja também como eles reforçam algumas tendências novas ou como aceleraram aquelas que já vinham se desenhando.

Uso das tecnologias

Segundo o relatório mencionado, mais de 85% das empresas identificam um contínuo crescimento da adoção de tecnologias que levam a uma forte transformação digital. Dentro desse contexto, Big Data, computação em nuvem e Inteligência Artificial (IA) são as que possuem maior probabilidade de adoção pelas organizações.

Como prova disso, foi identificado que 75% das companhias procurarão adotar tais tecnologias em suas rotinas nos próximos cinco anos. Os dados também seguirão tendo forte influência, assim como o uso de plataformas digitais e aplicativos. Em segundo lugar, estão tecnologias de educação e educação corporativa, as quais 81% das empresas pesquisas pretendem adotar até 2027.

No entanto, apesar do aparente desafio na introdução dessas tecnologias na rotina das empresas, o esperado é que o impacto disso traga um resultado líquido positivo, também nos próximos cinco anos.

Até aqui, muito se pode tirar em termos de benefícios para lideranças e times de Recursos Humanos. Isso porque a tecnologia tem enorme potencial e, conforme verificamos, grande tendência de auxiliar em demandas como treinamento e desenvolvimento, por exemplo.

Treinamento e Desenvolvimento

Seguindo a tendência já mencionada em termos de educação corporativa, treinamento e desenvolvimento surgem no relatório Future of Jobs 2023 como uma importante prioridade, já que o estudo identificou que seis em cada 10 profissionais precisarão de formação até 2027.

No entanto, apenas metade deles aparenta ter acesso a oportunidades desse tipo. Com isso, aumenta para o RH um desafio que é o de investir em ações de aprendizagem contínua a fim de se manter competitivo em um mercado que valorizará cada vez mais esse âmbito.

Nesse contexto, como já é de se esperar, estarão também treinamentos para a utilização de tecnologias como a Inteligência Artificial e o Big Data. Tudo isso sem contar a importância do treinamento de lideranças, no que 40% das empresas afirmam que tendem a direcionar seus esforços.

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ESG (Environmental, Social and Governance)

Os impactos de ações de sustentabilidade no que se refere a resultados nas empresas é um tema importantíssimo e também um desafio para 2024 nas organizações, e é disso que se trata o ESG.

De acordo com o conceito, para além da ética, existem outros critérios e fatores que interferem no planejamento e na execução de investimentos das empresas, sendo eles socioambientais.

A adesão a esse conceito é de extrema importância para as empresas, dada a meta estabelecida pela ONU em relação à emissão de carbono na atmosfera que deve ser zerada até o ano de 2050. E essa importância aumentou depois da pandemia de covid-19, que demonstrou de maneira trágica os efeitos que questões como a de saúde geram em todos os âmbitos da vida no mundo todo.

Tudo isso sem considerar um fator que segue sendo relevante para as empresas: suas imagens enquanto defensoras e promotoras da sustentabilidade. Isso gera efeitos não apenas no mercado em que atuam, mas também para seu employer branding.

Taxa de rotatividade

Se taxas de rotatividade (ou turnover) já são desafios constantes para lideranças e times de RH, segundo o Future Jobs 2023, serão maiores ainda em alguns setores, pelos próximos cinco anos.

Segundo o relatório, é esperada uma taxa de 23% de rotatividade nos empregos de maneira geral, mas que afetam os diferentes mercados de maneiras distintas. Na cadeia de suprimentos e de Transporte e Mídia, por exemplo, ela deve ficar acima da média, enquanto que no Entretenimento e nas Indústrias esportivas devem ficar na média e, por fim, na manufatura, no mercado de bens de consumo devem ficar abaixo da média.

Tendências de soft skills

As soft skills também mudarão, segundo o Future of Jobs. Empregadores estimam que 44% das competências terão um rompimento e que algumas delas crescem em termos de importância, como é o caso da resolução de problemas complexos.

Pensamento criativo também será bastante valorizado, assim como a alfabetização tecnológica. As soft skills mais acreditadas, segundo os respondentes, foram:

  • curiosidade;
  • lifelong learning;
  • resiliência;
  • flexibilidade;
  • agilidade;
  • motivação;
  • autoconsciência.

Foco na saúde e no bem-estar

A saúde e o bem-estar das pessoas colaboradoras também é um desafio e, ao mesmo tempo, uma tendência nas empresas em 2024. É um desafio a partir de três pontos de vista:

  • a identificação da importância e da necessidade de a empresa oferecer meios de promoção à saúde;
  • a conscientização dos profissionais sobre a importância de manter a qualidade de vida, com equilíbrio entre vida e trabalho;
  • a efetivação de ações que colaborem para o bem-estar e para a qualidade de vida das pessoas colaboradoras da empresa.

Como preparar o time para o futuro do trabalho?

Como vimos, no mundo BANI as organizações precisam de profissionais capazes de lidar com cenários de crise e tomar decisões ágeis. Porém, muitas empresas ainda têm dificuldade para desenvolver a equipe em direção às novas habilidades e ao futuro do trabalho. 

Segundo o relatório Tendências de Gestão de Pessoas 2023, da Great Place to Work, se, principalmente de 2019 a 2021, a grande preocupação das empresas era a transformação digital, em 2022 e 2023 isso deu lugar a, mais do que a transformação em si, à capacitação e ao desenvolvimento das pessoas para a inovação tecnológica constante.

Tal ideia está em consonância com aquelas apresentadas pelo relatório de futuro do trabalho e reforça a importância de preparar os profissionais para fazerem o melhor uso possível das tecnologias.

Tendo essa e outras questões em mente, a pergunta que permanece é: como preparar o time para o futuro do trabalho? A seguir, vamos explicar melhor como isso pode ser feito.

One-on-ones

As one-on-ones são reuniões frequentes das lideranças com seus liderados, que favorecem um ambiente de trabalho pautado em transparência, produtividade e desenvolvimento. Esses momentos potencializam e permitem que os líderes acompanhem a jornada e o crescimento das pessoas lideradas na organização.

Nas one-on-ones, líder e liderado se aproximam e podem trabalhar em conjunto, dentre outras coisas, o desenvolvimento de habilidades — indispensável nesse período marcado por desafios. Como vimos, há novas skills que precisam ser desenvolvidas nos próximos anos e nada melhor para o colaborador do que contar com o apoio do seu líder nesse processo.

Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)

Um dos principais desafios do desenvolvimento dos colaboradores é definir prioridades e entregáveis claros para que essa estratégia não seja deixada de lado. Uma das formas de garantir isso é com o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), uma ferramenta que auxilia as pessoas colaboradoras a definirem e desenvolverem habilidades-chave para sua carreira e para o crescimento do negócio.

Dessa forma, é possível aumentar o engajamento da equipe e garantir o desenvolvimento das skills do futuro, fundamentais para o diferencial competitivo do negócio. No PDI, os líderes podem definir entregáveis claros e sugerir conteúdos, materiais e mentorias para que seus liderados se desenvolvam. Além disso, com essa ferramenta o líder é capaz de estruturar e monitorar planos de desenvolvimento personalizados em conjunto com cada pessoa liderada.

Plataforma de educação corporativa

Investir em uma plataforma de educação corporativa torna o aprendizado dos colaboradores mais simples e intuitivo. Com uma plataforma desse tipo é possível centralizar o desenvolvimento do time em um só lugar e oferecer uma experiência de aprendizagem personalizada para os profissionais.

Também é possível integrar a plataforma com o PDI do colaborador. Imagine que o liderado identificou em uma one-on-one a necessidade de desenvolver suas skills de autogestão. O treinamento dessa skill passa a ser um entregável do seu PDI e na plataforma de educação corporativa ele poderá contar com conteúdos ministrados pelos melhores profissionais do mercado no assunto.

Além disso, o colaborador poderá consumir esse conteúdo quando e onde quiser, os times de RH vão contar com relatórios completos de engajamento e desempenho da equipe e a empresa será capaz de escalar os treinamentos — consolidando uma cultura de lifelong learning e garantindo o desenvolvimento das habilidades do futuro entre os seus profissionais.

Neste conteúdo, você pôde entender o impacto significativo que a pandemia teve na compreensão do futuro do trabalho e conhecer as principais tendências para os próximos cinco anos. Como vimos, é indispensável que as empresas invistam no desenvolvimento dos seus profissionais para que possam se diferenciar competitivamente nesse cenário complexo.

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