As lideranças têm um grande impacto nas organizações. Por essa razão, é essencial que as empresas busquem estratégias que contribuam para o desenvolvimento desses profissionais, além de oferecerem insumos para que as lideranças possam se aproximar mais dos seus liderados, bem como contribuírem para o desenvolvimento de todo o time.
De acordo com um estudo feito pela Gallup, o mau relacionamento com gestores é considerado um dos principais motivos para que 75% das pessoas deixem seus empregos. Além disso, segundo um levantamento feito pela Michael Page, 8 em cada 10 profissionais pedem demissão por causa de seus líderes — e esses são apenas alguns dos pontos que comprovam a influência desses profissionais no sucesso da equipe.
Neste material, apresentaremos um conteúdo completo sobre o tema, para que você tire suas dúvidas e entenda como as lideranças de sua equipe podem contribuir para o crescimento do time. Continue a leitura e saiba mais!
O que é liderança? E o que é ser líder?
Por definição, liderança é a habilidade de guiar, inspirar e influenciar indivíduos ou grupos para alcançar objetivos comuns. Envolve a capacidade de tomar decisões, motivar e capacitar os membros da equipe, resolver conflitos e comunicar uma visão clara.
Portanto, ser líder é ter essa habilidade inspiradora e de autoridade construída. Muito se fala sobre a diferença entre “ser líder” e “ser chefe”. No livro “Liderança em Foco”, de Mario Sergio Cortella e Eugenio Mussak, a diferença é explicada com exemplos:
“Enquanto a chefia é caracterizada pelo poder de mando sustentado pela posição que a pessoa ocupa em determinada hierarquia (na família, na empresa, na escola etc.), a liderança é uma autoridade que se constrói pelo exemplo, pela admiração, pelo respeito.”
- Mario Sergio Cortella
“Nas organizações existem cargos de gerente, diretor, supervisor, superintendente, mas não de líder, embora algumas empresas adotem essa denominação. Em princípio, a liderança não é um cargo, mas uma condição, um comportamento humano. E, logicamente, é desejável que pessoas que ocupam esses cargos comportem-se como líderes.”
- Eugenio Mussak
Quais são os principais tipos de liderança?
Nessa mesma linha, buscando compreender o papel do líder nas empresas, apresentamos alguns dos principais tipos de liderança existentes. Confira!
1. Liderança Visionária
Lideranças visionárias são inspiradoras. São elas que vão orientar as equipes para onde estão indo, mas sem dizer como alcançar esse resultado e, assim, incentivando a autonomia, tão importante para as empresas.
Normalmente, é eficaz quando a empresa precisa passar por uma grande mudança, ou, ainda, para ajudar a equipe a gerenciar essas transformações. Porém, caso a equipe seja mais experiente que a liderança, esse não é o estilo mais indicado.
Para desenvolver esse estilo, o ideal é aumentar a visão macro do negócio e estudar o mercado da empresa. Apesar de serem dicas simples, contribuem diretamente para trazer um impacto positivo ao negócio.
2. Liderança Democrática
Lideranças democráticas buscam se concentrar na colaboração da equipe e confiam mais em ouvir do que em direcionar. Ao contrário das lideranças visionárias, esse estilo é indicado para quando há pessoas na equipe mais experientes do que os líderes.
Nesse sentido, há compartilhamento de ideias, orientações para discussões e debates importantes sobre a estratégia como um todo, além de direcionar o time para tomar a decisão final de maneira mais coparticipativa.
Para desenvolvê-la, envolva toda a equipe na resolução de problemas e também na tomada de decisão, ensinando aos liderados as habilidades necessárias para esses momentos.
3. Liderança Liberal
A liderança liberal — ou liderança Laissez-Faire — atua como consultora de sua equipe, não exerce papel de autoridade e dá total liberdade para que o time tome as decisões e faça as tarefas necessárias.
Desta forma, o líder liberal permite que seu time tenha uma melhor autogestão, criatividade e até mesmo autoconfiança. Em contrapartida, o baixo acompanhamento e a falta de feedbacks pode fazer com que os liderados se sintam desmotivados, improdutivos e mais suscetíveis ao erro.
Sendo assim, a liderança liberal não é recomendada em situações como:
- equipes com pouca experiência;
- equipes que estão passando por um momento de transição;
- pessoas novas na equipe ou com pouca familiaridade com os processos da empresa.
4. Liderança Coaching
A liderança coaching vai conectar os objetivos pessoais da pessoa ou da equipe com os objetivos da organização. Entre as características principais, destacamos:
- empatia;
- encorajamento da equipe;
- foco no desenvolvimento e motivação dos liderados.
Ela deve ser usada quando um liderado precisar desenvolver habilidades, ou, ainda, estiver perdido quanto ao seu papel na organização. Para desenvolvê-la, é preciso conhecer a fundo as pessoas do time, orientando-as por meio de ferramentas úteis para o seu crescimento, ou seja, focando inicialmente na reflexão e, em seguida, na ação.
5. Liderança Afiliativa
O principal objetivo do estilo liderança afiliativa é promover a harmonia dentro da equipe, enfatizando de forma contínua as conexões emocionais. Entre as características importantes, destacamos:
- alinhamento da equipe;
- incentivo à inclusão;
- resolução de conflitos.
Normalmente, é utilizada justamente quando há situações de conflitos. Para desenvolvê-la, é preciso aprender a solucioná-los, entender como se manter otimista e exercitar a escuta ativa de forma contínua.
6. Liderança Técnica
O líder técnico tem muitas habilidades e conhecimentos técnicos para serem aplicados junto ao time, sendo um modelo profissional reconhecido dentro e fora da empresa, tendo suas visões respeitadas por todos os membros da equipe. Esse tipo de liderança é sempre procurada em momentos mais críticos justamente por sua bagagem de conhecimento, que transmite maior segurança para o time.
É comum que as equipes dependam muito desse tipo de liderança para a tomada de decisões, o que faz com que líderes técnicos fiquem sobrecarregados em muitos momentos. Para evitar esse problema, compartilhe sempre as informações importantes, para que o time tenha a autonomia necessária para desenvolver suas habilidades.
7. Liderança Pacesetting
Esse líder também é conhecido como o "batedor de metas", uma vez que tem um ritmo acelerado e espera sempre a excelência do time. É indicado basicamente quando há necessidade de contar com bons resultados em um ritmo acelerado.
Para desenvolvê-lo, é preciso se concentrar no alto desempenho, além de buscar constantemente melhorar a qualidade do trabalho da equipe por meio de técnicas de solução de problemas. Ainda é preciso:
- capacitar-se constantemente;
- trabalhar técnicas de motivação;
- elevar a barra de resultados.
8. Liderança Comandante
Lideranças comandantes contam com uma abordagem mais autocrática e microgerenciadora. Consequentemente, vai haver mais dificuldade por parte da gestão de se afastar dos detalhes do dia a dia, afastando também a visão estratégica.
Esse estilo de abordagem só é útil para equipes que precisam seguir processos "ao pé da letra", em situações de alto risco e que precisam de decisões rápidas. Além disso, é preciso que o time entenda para onde está indo, confiando nas decisões tomadas.
Qual estilo de liderança escolher?
Conforme percebemos, não há um estilo de liderança certo e nem errado. Vai depender da realidade de sua empresa, das necessidades enfrentadas pelo time e do modo como a equipe trabalha. Cada uma dessas representações conta com pontos fortes e fracos, que devem ser estudados e bem desenvolvidos para que os objetivos almejados sejam alcançados com êxito.
Por essa razão, o ideal é que escolha por aquele que se adapte:
- à situação que o time está enfrentando;
- aos profissionais envolvidos na equipe;
- às emoções vivenciadas no time;
- aos objetivos e resultados esperados pela empresa;
- aos desafios enfrentados pelo setor como um todo.
Principais competências para ser líder
Agora que você já conhece alguns dos estilos de liderança mais comuns, chegou o momento de entendermos quais são as competências essenciais de uma boa liderança. Continue a leitura e saiba mais!
1. Ambidestria
O conceito de ambidestria organizacional deve ser discutido entre as equipes, especialmente entre as lideranças. Mas afinal, o que é um profissional ambidestro? É aquele que consegue conciliar processos operacionais e importantes para a empresa, mas também abre espaço para a inovação do time e para trazer soluções que vão aperfeiçoar as diversas demandas do dia a dia.
Assim, apesar de considerarem essenciais os atuais processos e demandas, estão sempre à procura de oportunidades para transformar o modelo de negócios, além de possibilitar um trabalho mais dinâmico por parte de todo o time.
2. Gestão humanizada
A gestão humanizada deve ser uma característica de atenção por parte das lideranças. De acordo com um levantamento realizado pela Gallup, 70% do nível de engajamento dos colaboradores é atribuído ao líder.
Outra pesquisa feita pela Harvard Business Review apresenta que 75% das pessoas destacaram que o seu superior imediato era a pior parte do trabalho, enquanto 65% dos profissionais afirmaram que topariam um corte de salários se as suas lideranças fossem trocadas por colaboradores melhores e mais preparados.
O que poderia causar números tão preocupantes? Líderes que não priorizam as suas equipes. Mais à frente, traremos dicas de como a gestão pode se tornar mais humanizada e próxima de seus liderados e lideradas, melhorando o desempenho dos colaboradores e, consequentemente, da empresa.
3. Tomada de decisão baseada em dados
Seja qual for a decisão a ser tomada pelas lideranças, é preciso que sejam baseadas em dados. Hoje, não cabem mais achismos, independentemente de qual seja o processo.
Pelo contrário, já existem ferramentas que oferecem maior ciência para as demandas do dia a dia, desde o desempenho das pessoas até as decisões estratégicas. Cabe ao time de RH e às próprias lideranças buscarem as melhores ferramentas para otimizar os processos e o dia a dia da organização.
4. Fortalecimento da cultura organizacional
As lideranças também devem difundir a cultura organizacional por toda a equipe, contribuindo para o seu fortalecimento. Primeiro, vamos ao significado de cultura organizacional. Trata-se da forma com que as pessoas se comportam em uma empresa, em função dos seus valores (pessoais e coletivos), exemplos, rituais, incentivos, artefatos e histórias.
De acordo com o Panorama de RH do Brasil em 2018, 77% das empresas participantes contam com valores bem estabelecidos e um código de cultura divulgado para toda a empresa. Porém, não basta ter essa definição: é preciso que a cultura seja difundida, começando pelas lideranças.
Um dos fatores mais diluidores da cultura de uma empresa é justamente quando há a promoção de pessoas que não representam os valores da organização. Naturalmente, por meio de seus comportamentos ou pela falta de sincronia com o que é pregado como cultura, o time como um todo percebe essa discrepância e passa a ter incentivos menores para agir de acordo com os valores pré-estabelecidos.
Do contrário, histórias e comportamentos influenciam de forma direta no modo como todos se comportam na empresa. O fundador, quando está presente no grupo, acaba servindo como grande exemplo para outras pessoas da equipe, que naturalmente buscam imitar suas crenças e comportamentos.
5. Incentivo ao desenvolvimento
O desenvolvimento profissional é um dos pontos mais essenciais para a retenção de um colaborador e a falta dele se relaciona diretamente com os altos níveis de turnover. E para que os times cresçam cada vez mais, o papel do líder é essencial.
Para isso, as lideranças devem sempre se preocupar em aperfeiçoar as habilidades dos colaboradores, através de treinamentos, cursos, mentorias e do suporte na elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Além de melhorar a performance da empresa como um todo, o apoio ao crescimento do time também tem impactos positivos no clima organizacional.
👉 Assista ao vídeo abaixo e confira dicas práticas de como as lideranças da sua organização podem ajudar no desenvolvimento dos talentos!
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A importância das lideranças para as empresas
As lideranças exercem uma contribuição decisiva para o sucesso do negócio — é o que aponta a pesquisa Tendências para a Gestão de Pessoas 2023, realizada pela Great Place to Work (GPTW) com 1716 participantes, majoritariamente do setor de RH e em cargos de liderança. Os resultados expressam a importância de ter bons líderes:
- para os entrevistados, o desenvolvimento e a capacitação de lideranças esteve entre os Top 4 desafios enfrentados no ano;
- para 50,8% dos participantes, a capacitação de lideranças seria a principal prioridade para o ano seguinte;
- segundo os entrevistados, a mentalidade das lideranças é considerada o principal empecilho para a inovação nas empresas;
- ainda, o engajamento desse público ainda é um desafio quando falamos em implementar ações de Diversidade e Inclusão;
- o treinamento das lideranças também foi fator apontado como crucial para otimizar a saúde mental das pessoas.
Dessa forma, é possível observar a importância das lideranças para as organizações e que bons líderes precisam conciliar a relação com os liderados e os resultados do negócio.
Vantagens de ter líderes competentes e bem treinados
Como os dados apontam, contar com líderes competentes e bem treinados na empresa resulta em benefícios expressivos. Confira os principais.
Motivação da equipe
A motivação no trabalho é um aspecto indispensável para o bom desempenho, para a produtividade e para a retenção das pessoas da equipe — e que pode ser melhorada pelas lideranças da organização. Como estas têm uma forte influência na cultura organizacional, são capazes de incentivar, inspirar e direcionar os liderados e as lideradas.
Conheça algumas boas práticas que podem ser implementadas para melhorar a motivação da sua equipe:
- analisar o clima organizacional: a pesquisa de clima é o primeiro passo para entender a percepção dos colaboradores sobre os processos, práticas e a experiência na empresa;
- investir no desenvolvimento: as oportunidades de crescimento e desenvolvimento são uma das principais fontes de motivação para as pessoas colaboradoras;
- fornecer feedbacks constantes: essa é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento dos profissionais da equipe, pois alinha as expectativas e direciona os pontos de melhoria;
- dar autonomia para o time: isso estimula os liderados a se tornarem protagonistas de suas carreiras.
Segurança psicológica
A segurança psicológica está relacionada a um conjunto de ações e estratégias das organizações para manter o ambiente de trabalho saudável, estimulando as pessoas do time a proporem ideias e assumirem riscos sem receio de julgamentos.
Ela impacta desde os índices de bem-estar e satisfação no trabalho até a retenção de talentos no negócio. Por isso, há algumas premissas que as lideranças podem garantir às pessoas colaboradoras para que, assim, promovam a segurança psicológica no time:
- segurança para se expressar: as pessoas do time precisam ter autonomia para proporem ideias e questionarem processos;
- segurança para interagir: os profissionais também precisam ter segurança para se engajar em conversas e debates sobre o trabalho;
- segurança para aprender: eles precisam se sentir seguros para esclarecer as dúvidas e aprender com os erros;
- segurança em pertencer: a equipe precisa se sentir valorizada e apoiada para que haja um senso de pertencimento no time.
As one-on-ones e os feedbacks contínuos, por exemplo, são importantes aliadas para aproximar os líderes dos liderados, fortalecendo a confiança mútua e a segurança psicológica entre ambos.
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Principais desafios das empresas em relação às lideranças
Primeiro, vamos apresentar alguns dos principais desafios para as empresas quando falamos sobre liderança. Confira!
1. Falta de preparação
O primeiro gargalo enfrentado pelas empresas quanto às lideranças está relacionado à falta de preparo das pessoas. Segundo um outro estudo realizado pela Gallup com mais de 2,5 milhões de gestores em 195 países, 70% das pessoas que exerciam papéis de liderança não estavam preparadas para as suas funções. Consequentemente, há um impacto de mais de 300 bilhões de dólares na economia global.
Empresas contam com diferentes critérios para definir suas lideranças. Caso a sua organização se preocupe apenas com habilidades técnicas, por exemplo, é um erro que pode ocasionar em líderes mal preparados.
2. Falta de alinhamento
Um estudo conduzido pelo Great Place To Work observou que, em grande parte das empresas, as lideranças não conseguem alinhar os objetivos da empresa com os objetivos do time. Enquanto a organização busca por resultados, liderados e lideradas cobram por desenvolvimento de carreira, "cuidado" por parte de seus gestores, além de feedbacks contínuos.
Nesse cenário, a mudança deve partir de diretorias, fundadores e CEOs das organizações. Resultados financeiros são importantes, mas o desenvolvimento de colaboradores também é essencial para que a empresa alcance o sucesso almejado. Alinhar essas expectativas não é tão simples quanto parece.
3. Exaustão emocional
De acordo com um artigo publicado pela Harvard Business Review, estar na média liderança é considerado exaustivo para grande parte dos profissionais que exercem essa função.
Um dos principais impactos está relacionado aos diferentes níveis de autoridade enfrentados por esse profissional. Ele é líder, mas também é liderado — o que se alia ao desafio anterior, relacionado ao alinhamento de expectativas.
Uma reportagem publicada pela Revista Exame apontou que um dos colaboradores que sofrem com maior impacto na saúde emocional são justamente os gerentes. Em 2019, 50% deles sofriam de estresse, enquanto entre membros da diretoria eram 39%.
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Principais tendências de liderança
Ainda mencionando o estudo sobre tendências da GPTW, foram identificadas as características de lideranças mais valorizadas pelas empresas. As respostas foram:
- empatia e gestão humanizada (46,8%);
- conhecimento do negócio/produto/serviços (43,2%);
- alinhamento com a estratégia (41,4%);
- resiliência e adaptação às mudanças 35,6%).
Também sobre tendências, os temas que, segundo as pessoas entrevistadas, mais merecem atenção por parte das lideranças atualmente são:
- gestão de pessoas (72,7%);
- comunicação e feedback (72,4%);
- diversidade e Inclusão (37,6%);
- inovação (31,7%).
Como promover uma liderança mais humanizada?
Destacamos que a gestão humanizada é uma das competências essenciais de um bom líder. Por essa razão, apresentaremos algumas estratégias para que líderes possam desenvolvê-la. Confira!
1. Prática constante de feedbacks
A primeira delas está relacionada à prática constante de feedbacks. Trata-se do processo no qual uma pessoa contribui para que a outra possa se desenvolver a partir de suas próprias percepções. Por que isso é importante? Quanto mais feedbacks são trocados entre colaboradores dentro de um time, melhores serão os resultados individuais e, consequentemente, os resultados da empresa.
No livro, Thanks for the feedback: The Science and Art of Receiving Feedback Well, Douglas Stone e Sheila Heen trazem resultados de uma pesquisa que demonstra a importância de lideranças incentivarem essa prática e oferecerem feedbacks continuamente aos seus profissionais. Na pesquisa, profissionais que buscam feedbacks com frequência — especialmente feedbacks construtivos — são percebidos como mais competentes, se estabelecendo em novos papéis de maneira mais rápida.
Além disso, se considerarmos os millennials (pessoas nascidas entre 1980 e 2000 que irão representar cerca de 75% da força de trabalho mundial), a prática de feedbacks é indispensável: feedbacks reforçam comportamentos positivos e trazem inputs de melhoria. Essa geração, além de estar preparada para receber, busca continuamente entender a percepção de outras pessoas em relação ao seu trabalho, especialmente as lideranças.
2. One-on-ones
Reuniões one-on-one são encontros periódicos entre lideranças, liderados e lideradas para discutirem sobre os mais diversos tópicos, desde a vida pessoal do colaborador até os desafios enfrentados por ele na organização.
Essa prática influencia diretamente para a construção de uma liderança humanizada justamente por trazer:
- a sensação, por parte do colaborador, de que há alguém que se preocupa com ele no nível pessoal;
- o sentimento de que a liderança também está atenta ao seu desenvolvimento profissional dentro da empresa;
- a certeza de que ele é ouvido no âmbito profissional.
Por meio das one-on-ones, há um melhor fluxo de informações na empresa de baixo para cima, uma vez que as lideranças terão a oportunidade de ouvir, sem julgamentos, o que liderados e lideradas têm a dizer.
Além disso, é uma ótima oportunidade para promover o engajamento das pessoas do time por meio do feedback, contribuindo para que elas possam se desenvolver. Por fim, ainda estreita laços entre lideranças e liderados, contribuindo para a retenção de talentos e uma maior satisfação de todo o time com a empresa.
3. Reconhecimento dos liderados
Reconhecer o profissional traz grandes ganhos para a empresa. De acordo com Sam Walton, fundador do Walmart, "manter tanta gente motivada a fazer o seu melhor envolve uma série de programas e sistemas que desenvolvemos no Walmart ao longo dos anos, mas nenhum deles funcionaria sem uma coisa muito simples que junta tudo: reconhecimento".
"Todos nós gostamos de ser elogiados. Então o que praticamos na empresa é procurar comportamentos que possamos elogiar. Busque coisas que estão dando certo. Queremos que nossa turma saiba quando estiver fazendo um trabalho excelente, e que saiba que são importantes para nós.” (Sam Walton)
Tal estratégia se comprova por meio de pesquisas. De acordo com a BCG, em uma pesquisa realizada em 2014, apreciação e reconhecimento são considerados o principal driver de "felicidade no trabalho". Além disso, reconhecimento é considerado como um top driver de engajamento, segundo um levantamento de 2012 realizado pela Aon Hewitt.
Por fim, segundo um estudo da Gallup, 33% dos profissionais declaram não terem sido reconhecidos por um bom trabalho nos últimos sete dias — falha que pode ser corrigida pelas lideranças.
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4. Vulnerabilidade
Engana-se quem pensa que as lideranças não podem se mostrar vulneráveis. Muito pelo contrário! Devemos levar em consideração que as lideranças são profissionais assim como qualquer outro, que conta com desafios ao longo de sua carreira, medos, dúvidas, entre outros pontos comuns ao time como um todo.
Por essa razão, as lideranças não precisam temer não ter todas as respostas para seus liderados e lideradas. Essa atitude fará com que os líderes se mostrem humanos, contribuindo para criar uma conexão maior com a equipe, justamente por despertar a empatia dos profissionais que convivem diariamente.
Separamos algumas dicas de como as lideranças podem exercitar a vulnerabilidade:
- reconhecendo as emoções e praticando o autoconhecimento;
- pedindo ajuda sem medo de ser condenado por outras pessoas;
- não fugindo dos conflitos — aqui, é uma oportunidade para que os aprendizados adquiridos sejam construtivos.
Quais são os principais métodos para desenvolver lideranças?
Treinar lideranças nas empresas é fundamental para o crescimento e o sucesso organizacional. Existem várias abordagens e métodos para desenvolver líderes eficazes. Aqui estão cinco formas de treinar lideranças nas empresas:
Programas de desenvolvimento de liderança
Esses programas são projetados para identificar e desenvolver talentos dentro da organização. Eles geralmente incluem sessões de treinamento, workshops, coaching individual e avaliações de competências de liderança.
Os programas de desenvolvimento de liderança ajudam a criar um pipeline de líderes internos, aumentando a retenção de talentos e a adaptabilidade da organização às mudanças.
Mentoria e coaching
A mentoria envolve o emparelhamento de líderes em desenvolvimento com líderes mais experientes, enquanto o coaching é uma abordagem mais individualizada. Ambos proporcionam orientação prática, feedback e apoio personalizado para o crescimento profissional.
Benefícios: A mentoria e o coaching fornecem uma abordagem personalizada para o desenvolvimento de lideranças, permitindo que os líderes em formação aprendam com a experiência de outros.
Treinamento de habilidades gerenciais
Essa abordagem se concentra no desenvolvimento de habilidades específicas necessárias para ser um líder eficaz, como comunicação, tomada de decisão, resolução de conflitos, gestão de tempo e liderança de equipes.
O treinamento de habilidades gerenciais ajuda os líderes a melhorar suas competências essenciais, tornando-os mais preparados para enfrentar os desafios do dia a dia.
Experiências Práticas
Colocar líderes em situações do mundo real, como liderar projetos desafiadores, comitês ou equipes, permite que eles adquiram experiência prática e desenvolvam habilidades de liderança na prática.
A aprendizagem por meio de experiências práticas permite que os líderes experimentem os desafios reais do ambiente de trabalho e aprendam com os sucessos e fracassos.
Educação Continuada
Encorajar os líderes a continuar sua educação ao longo da carreira por meio de cursos, workshops e obtenção de certificações relevantes para a liderança. Isso pode ser incentivado e até mesmo financiado pela própria empresa, tratando-se de um investimento rumo ao atingimento de bons resultados.
A educação contínua mantém os líderes atualizados com as melhores práticas de liderança e os desenvolvimentos do setor, garantindo que eles estejam preparados para enfrentar os desafios em constante evolução.
Em última análise, o treinamento de lideranças nas empresas é um investimento crucial que pode ajudar a impulsionar o desempenho, a inovação e a cultura organizacional. As organizações podem combinar várias dessas abordagens para criar programas de desenvolvimento de liderança personalizados que atendam às suas necessidades específicas.
O que priorizar no desenvolvimento de líderes?
Como vimos, a pesquisa de Tendências para a Gestão de Pessoas em 2023 da GPTW também levantou os temas que precisam ser priorizados pelas organizações no desenvolvimento das lideranças.
Gerenciar pessoas continua sendo importante, mas os líderes também precisam gerenciar emoções e participar da construção de uma cultura mais inclusiva e inovadora na empresa.
Gestão emocional, diversidade e inovação são aspectos que merecem atenção no desenvolvimento dos líderes. Conheça, então, os principais pontos que devem ser observados para o desenvolvimento das lideranças na organização.
1. Confiança da equipe
A mudança organizacional tem sido um desafio para muitas empresas, principalmente com as mudanças do pós-pandemia. Por isso, os líderes precisam ser capacitados para a inovação e a gestão dessa mudança.
Para que isso seja possível, as lideranças precisam garantir a confiança dos seus liderados e a coesão da equipe. Profissionais que confiam nos seus líderes tendem a ser mais receptivos às inovações e ter uma capacidade de mudança superior dos que não confiam nos seus gestores.
A coesão também é fundamental para que as mudanças façam parte da empresa. Profissionais que compartilham um senso de pertencimento e estão alinhados aos objetivos do negócio também possuem uma capacidade de mudança maior.
Cabe às lideranças monitorar a percepção das pessoas do time sobre o ambiente de trabalho para que, com isso, seja possível implementar ações e estratégias que promovam a coesão e a confiança mútua na equipe.
2. Diversidade das lideranças
A diversidade é essencial para o sucesso do negócio e deve ser promovida pelas lideranças para que seja viabilizada na empresa. Organizações que investem em diversidade e inclusão estão mais propensas a receberem novas ideias dos seus profissionais, que compartilham boas práticas e insights com seus pares.
Porém, segundo a Pesquisa Global de Diversidade e Inclusão da PwC, um terço dos profissionais consultados ainda vêem a diversidade como um dos principais impeditivos para o crescimento em suas empresas. Outro aspecto observado é que as lideranças exercem muita influência nesse processo, mas a pesquisa aponta que 79% do engajamento das lideranças em diversidade e inclusão ainda se mantém em níveis básicos ou emergentes.
Por isso, contar com metas e objetivos diretamente relacionados a esse tópico, ter um líder de diversidade e promover essa estratégia dentro da organização são ações que podem ser adotadas pelas lideranças para que o ambiente de trabalho seja mais inclusivo e conte com uma diversidade de experiências e perspectivas.
Além disso, também é importante promover a diversidade entre os cargos de liderança da organização para que os quadros de gestores e líderes sejam cada vez mais diversos. A diversidade precisa ser uma prioridade entre os líderes, desde o processo de recrutamento e retenção dos novos talentos até a alta liderança da empresa.
3. Novas lideranças
Até 2025, os Millennials (nascidos entre 1980 e 2000) vão representar cerca de 75% da força de trabalho mundial. Por isso, entender o que essa geração busca e como trabalha é o primeiro passo para desenvolver novas lideranças na organização.
Os Millennials, também conhecidos como geração Y, sonham alto e têm inspirações empreendedoras. Reconhecer isso é fundamental para que as organizações consigam reter seus jovens talentos e desenvolvê-los para que se tornem líderes no negócio. Confira algumas dicas de como fazer isso:
- feedbacks: já falamos bastante dessa prática por aqui e com os Millennials não poderia ser diferente, pois essa geração está mais aberta a receber feedbacks e busca por eles o tempo todo;
- PDI: o Plano de Desenvolvimento Individual possibilita que os objetivos dos talentos estejam alinhados com as metas da empresa, direcionando a jornada de crescimento desses profissionais no negócio;
- plano de sucessão: essa estratégia vai permitir que a empresa identifique e desenvolva os talentos potenciais que são capazes de assumir posições mais complexas e estratégicas.
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4 livros sobre liderança para se aperfeiçoar no tema
A seguir, trouxemos alguns dos principais livros que podem ser utilizados para dominar conceitos e estratégias a respeito da função de líder. Confira!
1. "Comece pelo porquê: como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agir", de Simon Sinek
Em "Comece pelo porquê", Simon Sinek aborda porque algumas pessoas e organizações conseguem ser mais inovadoras e lucrativas do que outras, além de trazer um ponto de vista sobre o motivo que as levam a despertar lealdade tanto de clientes quanto de colaboradores.
Para o autor, a resposta está justamente no senso de propósito que as inspira a darem o melhor de si: o porquê. Por meio dessa obra, Sinek iniciou um movimento que tem contribuído para que milhares de pessoas possam encontrar um foco maior em seus trabalhos, de modo que inspirem tanto colegas quanto clientes.
Além disso, há a possibilidade de descobrir como pensam, comunicam e agem grandes líderes e com muita influência.
2. "Os primeiros 90 dias: estratégias de sucesso para novos líderes" de Michael Watkins
Iniciar em um papel de liderança pode ser um desafio para muita gente. Neste livro, considerado de mesa de cabeceira para pessoas que são promovidas, as pessoas têm a oportunidade de identificar alguns dos gargalos enfrentados em novos cargos e novos rumos na carreira.
Escrito por Michael Watkins, especialista em transição de liderança, traz uma estrutura de muita qualidade para orientar os primeiros três meses dessa transição, que servirão para definir o sucesso ou o fracasso daquele profissional em seu cargo.
Pode ser utilizado tanto para pessoas que são promovidas em sua própria empresa quanto para pessoas que, além de assumirem um novo desafio, também enfrentam os desafios de uma nova organização.
3. "Pipeline de liderança: o desenvolvimento de líderes como diferencial competitivo", de Ram Charan, Stephen Drotter e James Noel
Um dos principais objetivos de grande parte das organizações é o de contar com lideranças capacitadas em todos os níveis da empresa. Porém, mesmo sabendo sobre essa necessidade, é comum que o pipeline de lideranças esteja comprometido ou não exista.
Nesta obra, os autores Ram Charan, Stephen Drotter e James Noel trouxeram um material que engloba alguns dos desafios relacionados ao atual contexto das empresas.
Elaborado a partir de uma pesquisa feita em mais de 100 empresas ao longo de uma década, compartilham aprendizados e oferecem um modelo testado e comprovado para que possam desenvolver planos de carreira, formar líderes e planejar sucessões.
4. "Como fazer amigos e influenciar pessoas", de Dale Carnegie
Talvez não seja necessariamente um livro sobre lideranças, mas sobre relacionamentos. Afinal, lideranças precisam continuamente se relacionar com seus liderados e lideradas, além de estar em sintonia com as demais equipes para tocar projetos que contribuem para a estratégia macro do negócio.
Como fazer amigos e influenciar pessoas é, portanto, um material que contribui para trazer referências do mundo sobre relacionamentos, tanto no âmbito pessoal quanto no âmbito profissional.
Como uma plataforma de gestão de desempenho potencializa o trabalho das lideranças?
Como vimos, é essencial que as empresas invistam em ferramentas que facilitem e potencializem o trabalho das lideranças. Uma plataforma de gestão de desempenho pode ser uma importante aliada do trabalho dos líderes da sua empresa. Confira suas principais soluções:
- One-on-ones: por meio da plataforma, é possível agendar as reuniões de acordo com a realidade da equipe e de cada liderado, criar pautas para guiar as conversas, registrar os pontos importantes que foram discutidos e definir planos de ação para garantir que os entregáveis sejam cumpridos;
- Gestão de OKRs: os líderes também podem acompanhar os ciclos de OKR e a evolução das metas da equipe de forma facilitada, otimizando ainda mais a comunicação com os liderados e pares;
- PDI: com uma plataforma desse tipo, ainda é possível mapear as competências dos liderados, desenvolver planos de desenvolvimento personalizados para cada um e acompanhar os entregáveis com facilidade. O PDI também pode ser integrado às one-on-ones e às avaliações de desempenho para que fique mais completo.
Esses são só alguns dos benefícios que as lideranças podem ter acesso ao contar com uma plataforma de gestão de desempenho. Esse tipo de software ainda permite dar e receber feedbacks com praticidade, rodar ciclos completos de avaliação de desempenho e realizar pesquisas de clima, por exemplo.
Dessa forma, os líderes podem automatizar processos manuais e contar com dados e análises completas para atuar de uma forma mais estratégica na organização. Assim, podem dedicar mais tempo ao que realmente importa: a estratégia do negócio e o desenvolvimento dos liderados.
Neste material, você pôde conhecer algumas informações importantes sobre as lideranças. Vimos, por exemplo, sobre a importância que elas exercem na empresa, os principais tipos, além de conferir dicas de como construir uma liderança mais humanizada.
Como falamos, contar com uma plataforma de gestão de desempenho é essencial para aumentar a performance das lideranças da equipe.
Se você deseja saber mais sobre como essa solução pode impulsionar os resultados da sua empresa, entre em contato com a gente, converse com nosso time de especialistas e tire suas dúvidas!