Em todo o mundo, a semana de 4 dias tem ganhado destaque. No Brasil, especialmente nos últimos meses, também se transformou em uma realidade em algumas empresas. Hoje, não apenas organizações privadas, como também governamentais, têm discutido sobre os ganhos que ela pode trazer, como o aumento da produtividade e a redução das taxas de turnover.
Para implementá-la, contudo, é importante contar com um bom planejamento, além de estudar se o perfil de seu negócio se adéqua a essa transformação. Neste material, a gente explica um pouco mais sobre o tema e traz alguns dados sobre o assunto. Continue a leitura e saiba mais!
Semana de 4 dias
Mas do que de fato se trata a semana de 4 dias? Como o próprio nome já diz, é a redução da jornada de trabalho das pessoas colaboradoras. Nesse modelo de trabalho, há o cumprimento de apenas 32 horas semanais em vez das tradicionais 40. Essa estratégia foi pensada para aumentar o bem-estar de profissionais e também a qualidade de vida, uma vez que elas terão mais tempo para se dedicar em casa e em projetos pessoais.
Em grande parte das empresas que adotam a modalidade, como abordamos, a ideia é a de reter talentos, além de combater problemas de saúde mental.
Como surgiu a discussão
Apesar da semana de 4 dias já estar em discussão nas organizações e em empresas dos mais diferentes nichos de atuação, o debate ganhou força nos últimos 2 anos devido à pandemia da Covid-19 que transformou a rotina das empresas. Como sabemos, as pessoas foram obrigadas a adotar o trabalho remoto devido aos decretos municipais e estaduais de governos, trazendo algumas reflexões importantes para a gestão das empresas, como:
- produtividade está diretamente ligada às horas trabalhadas ou não?;
- Estar no escritório necessariamente significa que está trabalhando?;
- Há necessidade de manter uma jornada pouco flexível no que diz respeito às horas trabalhadas e/ou horário de início e término da jornada?; entre outros.
Andrew Barnes, em seu Ted "The 4 Day Week", afirma que as pessoas britânicas são produtivas apenas duas horas e meia no dia, por exemplo. Quando há uma análise de estudos e levantamentos feitos no Canadá, esse período se reduz para uma hora e meia. Sendo assim, a ideia é de reduzir as horas trabalhadas para aumentar o foco e a produtividade.
Abaixo, confira o Ted Talk mencionado:
Países que adotaram a semana de 4 dias
Hoje, diferentes países já adotaram a semana de 4 dias de trabalho. Normalmente, eles estão concentrados na Europa. Dinamarca, Espanha, França e Reino Unido são alguns exemplos. Porém, o maior destaque, hoje, tem sido a Islândia.
Entre 2015 e 2019, por exemplo, a nação realizou um experimento com o objetivo de provar que a semana de 4 dias, de fato, traria impactos positivos para as empresas e para as pessoas colaboradoras. Sendo assim, 1% da população passou a trabalhar nesse novo modelo de trabalho.
Para que esse experimento trouxesse resultados palpáveis, houve a negociação com sindicatos com o objetivo de trazer essa redução sem que houvesse impacto nos salários. Nos Emirados Árabes Unidos, o destaque se dá pelo fato de que também foi adotado por entidades governamentais, tendo até mesmo o Banco Central como adepto.
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Vantagens da semana de 4 dias
A seguir, selecionamos algumas das principais vantagens de adotar a semana de 4 dias. Confira!
Bem-estar da pessoa colaboradora
Como abordamos, um dos principais objetivos de empresas que adotam a semana de 4 dias de trabalho é o de promover mais bem-estar e qualidade de vida para a pessoa colaboradora. Para se ter uma ideia da importância de ter essa preocupação, uma pesquisa feita pela Pebmed destacou que um em cada três profissionais no país sofrem com a Síndrome de Burnout, mal que chega a afetar mais de 30 milhões de pessoas.
Além disso, o Brasil está entre os países com o maior índice de estresse no mundo. Cerca de 70% da população, por exemplo, já apresentou ou têm sintomas dessa doença — de acordo com o levantamento feito pela Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse Brasil em 2017.
Maior efetividade no uso do tempo
Um outro destaque está relacionado ao uso mais eficiente do tempo. Quando a semana de 4 dias é adotada, profissionais vão gastar menos tempo em tarefas pouco produtivas. Sabe aquela sensação de que você participou de uma reunião que poderia ser um e-mail?
Quando há menos horas de trabalho ao longo da semana, vai haver mais reflexão sobre as demandas que de fato são prioridades, o que levará aos colaboradores se questionarem sobre algumas das atividades executadas.
Redução das taxas de turnover
Com mais bem-estar e qualidade de vida, consequentemente há redução dos índices de turnover. Esse, inclusive, é um desafio enfrentado por boa parte dos Recursos Humanos. Além de o capital humano da organização ser prejudicado, quando há muita rotatividade há mais gastos. Afinal, demitir e contratar pessoas gera custos, tanto financeiros quanto de tempo.
Desafios da semana de 4 dias
Porém, assim como qualquer outro tipo de estratégia a ser implementada que mudará a rotina das pessoas, também existem desafios desse modelo de trabalho. A seguir, a gente explica quais são eles:
- dificuldade das pessoas de se adaptarem — em alguns países, por exemplo, devido à dificuldade de priorização por parte das pessoas colaboradoras, muitos profissionais precisam trabalhar mais horas para cumprir as suas demandas (com direito a hora extra, claro);
- necessidade de adaptar a cultura da empresa — o ideal é que as pessoas consigam realizar as suas demandas nas 32 horas. Nesse sentido, é preciso mudar um pouco a cultura da empresa, uma vez que algumas rotinas e rituais precisarão ser adaptados à nova realidade.
E então, o que achou de conhecer um pouco mais sobre a tendência da semana de 4 dias? Se a sua empresa pensa em adotá-la, é importante que haja um bom planejamento e estudo se o método de trabalho realmente vai surtir efeito em seu negócio e trazer os benefícios esperados. Ao longo dos meses, avalie o impacto que isso trouxe e promova adaptações sempre que necessário.
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