Uma empresa com alta rotatividade pode enfrentar problemas que vão desde o aumento dos custos, redução da produtividade e até mesmo da lucratividade. O turnover, que nada mais é do que o índice que mede o fluxo de entradas e saídas de colaboradores em um período de tempo, ajuda a ter uma visualização mais completa desse cenário e prevenir impactos negativos em um negócio.
Para isso, é essencial que o RH faça um controle de turnover e tenha processos bem definidos para acompanhar e evitar a saída de colaboradores e colaboradoras, identificando possíveis falhas na gestão de pessoas e agindo proativamente na retenção dos talentos.
Neste conteúdo, explicaremos a importância de um bom controle de turnover e apresentaremos as principais dicas de como fazer esse controle na prática. Continue a leitura e aprenda mais!
Qual a importância do controle de turnover?
O turnover é um dos principais indicadores de desempenho de uma empresa e seu número em baixa porcentagem pode representar aspectos positivos para a saúde de uma organização. Entre eles, pode-se citar, como a renovação do quadro de colaboradores e colaboradoras, o estímulo a novos desafios e a permanência de profissionais mais alinhados à cultura organizacional.
E para evitar os problemas gerados pelo aumento de turnover — como os gastos gerados na substituição do profissional, que podem chegar até o dobro do salário anterior, segundo um estudo da Gallup —, é essencial que seu índice esteja baixo. Alguns especialistas da área de gestão de pessoas indicam que um percentual de turnover deve ficar entre 5% e 10%.
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Qual é o atual contexto em relação ao turnover no Brasil?
É indiscutível a quantidade de mudanças que a pandemia de covid-19 causou na sociedade desde 2020. Os impactos, certamente, também são sentidos nas empresas. Em um primeiro momento, uma onda de demissões em massa foi a saída encontrada por algumas empresas, pelo menos no primeiro momento.
No entretanto, em seguida, houve um “boom” de investimentos em empresas de tecnologia (sendo essa uma importante ferramenta para contextos como o criado pela pandemia), o que fez aumentar o número de vagas e de contratações.
Porém, com o cenário a médio prazo se mostrando não tão oportuno quanto o imaginado, novamente empresas brasileiras se viram na necessidade de reduzir custos e, consequentemente, postos de trabalho também.
É evidente que a partir de tais informações, pode-se inferir o aumento da taxa de turnover involuntário no país, certo? Mas um fenômeno que surgiu nos Estados Unidos e que chegou ao Brasil tem mudado o cenário: é o chamado quiet quitting. A expressão descreve comportamentos em que os profissionais realizam apenas o mínimo necessário em seus trabalhos, a fim de manter seus cargos.
A evolução disso foi, então, o aumento também da quantidade de profissionais que pedem desligamento nas empresas brasileiras, causando um aumento do turnover voluntário no país.
Brasil lidera o ranking de taxa de rotatividade de funcionários
Todo o contexto mencionado pode ter contribuído para um resultado um tanto quanto alarmante: um estudo identificou que o Brasil é o líder no ranking de rotatividade de funcionários no mundo, com uma taxa de 56% de turnover.
Os principais motivos apontados na pesquisa para taxas de turnover tão altas estão ligados a clima organizacionais ruins, falta de alinhamento de expectativas, baixo reconhecimento e falta de um plano de carreira nas empresas.
Diante de tudo isso, é urgente que as empresas se preocupem com o fator turnover e invistam em ações que visem a redução desse índice. A necessidade de investimento em gestão de desempenho é cada vez mais evidente, assim como a atenção ao desenvolvimento das pessoas colaboradoras.
Como controlar o turnover na minha empresa?
Agora que você entendeu a importância de se ter um controle próximo do índice de turnover na sua empresa, separamos algumas dicas de como fazer esse controle na prática. Acompanhe o conteúdo!
Entenda os principais motivos do aumento de turnover
O primeiro passo para estabelecer um bom controle da rotatividade de pessoas em uma empresa é antes entender quais são as principais causas deste problema. E trazendo esse assunto para o contexto geral das organizações ao redor do mundo, alguns dados podem dar um norte dos principais motivos que fazem com que esses números aumentem.
Segundo uma pesquisa realizada pela plataforma Glassdoor com cerca de 4500 respondentes, 28,9% das pessoas deixam a empresa por pouca oportunidade de crescimento e 24,6% por remuneração abaixo do desejado. A exaustão gerada pela alta demanda de atividades também está diretamente relacionada ao turnover alto, como mostra o Report de Engajamento 2015 do TINYpulse, em que quase 70% das pessoas colaboradoras associam o número de atividades a serem feitas com a quantidade de horas da jornada de trabalho como um fator de estresse e desengajamento.
É importante considerar também o contexto onde a empresa está inserida e entender, a partir das percepções de cada pessoa colaboradora, quais aspectos da cultura precisam ser aprimorados.
Um bom passo para entender melhor essa situação é por meio da realização de uma pesquisa de clima organizacional, que dará um diagnóstico e ajudará as lideranças a definirem os próximos passos.
Ofereça suporte para a equipe
Segundo outro estudo realizado pela Gallup, 52% dos funcionários que saem voluntariamente dizem que seu gerente ou organização poderiam ter feito algo para impedi-los de deixar o emprego. Esse dado mostra que o papel das lideranças é essencial para reter os talentos e fazer com que a taxa de turnover não fique elevada.
Para isso, é importante que as lideranças estejam presentes para entender as dores, os objetivos e os pontos de melhoria de cada pessoa colaboradora, ajudando-as a traçar planos de desenvolvimento estratégicos.
As reuniões de one-on-one podem ser o momento ideal para isso, pois além de aperfeiçoar o relacionamento entre gestão e colaborador, auxiliam o profissional a ter a percepção de que a empresa se preocupa com ele no nível pessoal, e de que a organização também está atenta ao seu desenvolvimento enquanto profissional.
Reconheça a sua equipe
O reconhecimento profissional tem sido uma das principais práticas adotadas pelo RH e pelas lideranças quando o assunto é retenção de talentos. Afinal, esse é um dos principais motivadores não-financeiros para melhorar o engajamento e performance dos colaboradores, de acordo com levantamento feito pela McKinsey.
Quando as lideranças utilizam o elogio como uma forma de reconhecer os méritos de uma equipe, elas possibilitam que os profissionais busquem inovação constante na empresa e se sintam mais motivados, o que faz com que o turnover fique a níveis saudáveis na empresa.
Neste conteúdo, explicamos a importância de se ter um controle do turnover e quais são as principais práticas que o RH, junto das lideranças podem fazer para evitar o aumento desse número. Como comentamos, a rotatividade de pessoas em uma empresa nem sempre é um indicador ruim. O importante, nesse caso, é que esse número tenha um acompanhamento constante que possibilite a estabilidade desse indicador.
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