Ao longo dos anos, é comum que o mercado de trabalho passe por importantes transformações — sociais, econômicas, tecnológicas, entre outras. Hoje, cada vez mais profissionais buscam continuamente por um espaço plural para o dia a dia de trabalho, o que abre caminho para discutir o cenário da diversidade nas empresas.

O tema ganhou espaço nos últimos anos e se mantém como uma discussão inevitável para as organizações, tanto para os processos de recrutamento e seleção quanto para questões como clima, liderança e inovação.

Pensando nisso, elaboramos este material para que você entenda o que envolve os temas de diversidade e inclusão, além de conferir dicas práticas de como tornar a empresa mais diversa. Continue a leitura e saiba mais!

Como se define diversidade nas empresas?

A diversidade no contexto corporativo ocorre quando há um conjunto de profissionais que tenham características distintas e que também fazem parte de grupos culturais distintos.

Portanto, uma empresa diversa tem um quadro de colaboradores com diferentes:

  • idades;
  • etnias;
  • religiões;
  • classes sociais;
  • orientações sexuais;
  • identidades de gênero; entre outros.

Qual a diferença entre diversidade e inclusão?

Conforme vimos acima, diversidade está ligada à representação demográfica. Já a inclusão se pauta na igualdade de oportunidades de ascensão e desenvolvimento.

Na sua empresa, você consegue identificar que existe um equilíbrio entre lideranças? Há, em seu quadro de colaboradores, pessoas com deficiência, pessoas com mais de 50 anos, jovens talentos e pessoas negras? Caso a resposta tenha sido positiva para ambas perguntas, o seu quadro de colaboradores é diverso.

No entanto, não quer dizer que é inclusivo: uma empresa se torna inclusiva quando há um trabalho eficaz para que:

  • todos tenham a mesma oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional;
  • exista conhecimento sobre diferentes narrativas pela expressiva maioria dos profissionais;
  • o respeito prevaleça nas pequenas atitudes.

Dando um exemplo simplório mas que simula bem a diferença existente: abrir vagas para pessoas com deficiência é diversidade. Oferecer recursos para que elas trabalhem assim como os outros (banheiros acessíveis, por exemplo) é inclusão.

Qual a importância de investir em diversidade nas empresas? 

Para além de questões éticas e de responsabilidade social, há diversos benefícios em tornar as organizações mais diversas. Hoje, tanto estudos do ramo de ciências humanas quanto levantamentos feitos por consultorias mostram que a diversidade é um aspecto relevante para o sucesso das organizações.

De acordo com um estudo realizado pela McKinsey, empresas que investem em times diversos conseguem ver reflexos importantes em inovação e colaboração. Em empresas diversas:

  • a probabilidade de um colaborador propor novas ideias é 152% maior
  • há 62% mais chances de um profissional ser incentivado a colaborar com outras equipes
  • os colaboradores são 64% mais propensos a compartilharem melhores práticas de trabalho.

Além disso, dados do Great Place to Work (GPTW) indicam que empresas em que há diversidade têm 3x mais chance de crescimento rápido de receita.

Por fim, a diversidade e a inclusão também afetam diretamente questões como clima organizacional e segurança psicológica. Um estudo da Deloitte apontou que 83% das pessoas colaboradoras se sentem mais engajas e motivadas em organizações que valorizam a inclusão.

Como promover diversidade e inclusão no meu negócio?

A seguir, selecionamos algumas dicas importantes sobre como começar a investir em diversidade nas empresas. Confira!

1. Busque apoio das lideranças

O primeiro passo para construir diversidade nas empresas é buscar apoio das lideranças. Converse com os C-levels de sua empresa, entenda o quanto eles estão abertos para o investimento em diversidade e inclusão e apresente a importância que isso tem para a organização.

Caso contrário, algumas iniciativas podem ficar travadas. Não há como você abrir um processo de recrutamento e seleção específico para PCDs se não existe o interesse em fazer uma reforma no espaço físico para tornar os espaços acessíveis, por exemplo.

2. Faça um diagnóstico da realidade atual de sua empresa

Já pensou em fazer uma espécie de "censo da diversidade" em sua empresa? Quantas pessoas que se declaram pretas têm em seu quadro de colaboradores? Quantos são aqueles que se autodeclaram LGBT+? Ao entender esses números com uma pesquisa, existe a possibilidade de ter um foco inicial nos processos de recrutamento e seleção.

Ao passar por essa etapa, uma dúvida comum entre as equipes é de entender o número ideal. Nesse caso, o mais indicado é buscar pelo percentual dessa população no Brasil e em sua região.

Exemplo: se a população de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas for de 51%, quanto mais próximo esse for o número de profissionais em seu negócio, melhor.

3. Defina OKRs relacionadas à diversidade

Com o objetivo de implementar um programa de diversidade na empresa, o ideal é que haja OKRs com esse foco, especialmente voltado para as lideranças.

As OKRs são um sistema de metas coletivas e individuais, que convergem para a busca de metas globais de uma organização. Ou seja, se a organização estabelecer uma OKR de diversidade, as OKRs individuais da liderança podem ser voltadas para a contratação dessas pessoas.

4. Invista em inclusão

Além disso, lembre-se sempre de que é necessário investir também em inclusão. Entenda: imagine que a sua empresa contrate colaboradoras e colaboradores trans. No entanto, caso outros profissionais não respeitem a identidade de gênero dessa pessoa será mais uma forma de agressão a essa população.

Nesse sentido, o ideal é que existam encontros periódicos com os funcionários de seu negócio para promover palestras educativas e espaços de diálogo para construir um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.

Nessas pequenas palestras, busque pessoas cujas narrativas se alinham com o assunto retratado. Um homem gay, por exemplo, pode relatar um pouco de sua vivência no mercado de trabalho, preconceitos enfrentados, desafios, além de sua percepção sobre o que ele considera ideal em uma empresa.

Ao escutar essas vivências, naturalmente as pessoas vão adquirir novos aprendizados, enxergando o próximo com mais empatia.

5. Tenha um comitê de diversidade

Assim como em qualquer outra estratégia de seu negócio, o ideal é que haja um comitê de diversidade — isto é, uma união de pessoas voltadas especialmente para debater e promover a diversidade.

Dessa forma, esse time vai trabalhar como um promotor do assunto, buscando realizar eventos, engajar os outros profissionais, além de contribuir continuamente para que as pessoas pratiquem esses valores.

6. Faça benchmarking

Como outras empresas atuam na questão da diversidade? Entender os projetos, a atuação das lideranças e como esse tema é abordado em organizações cujos valores se alinham aos seus possibilitará tirar insights para elaborar planos de ação que visam a melhoria desse ponto em seu negócio.

7. Trabalhe seus processos de recrutamento e seleção

Existe a possibilidade de concentrar esforços nos processos de recrutamento e seleção de forma que traga pessoas mais diversificadas. Postar as vagas em grupos que tenham esse foco é uma saída, além de buscar parcerias com organizações que estão relacionadas de forma direta com universidades.

Cenário da diversidade no Brasil: conheça os dados

Quando mencionamos sobre diversidade nas empresas, é importante analisarmos qual é o cenário do Brasil.

Institutos e iniciativas de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Observatório da Igualdade de Oportunidades no Trabalho | SmartLab são algumas das principais fontes de dados para entender a realidade da diversidade no país.

Confira alguns tópicos que selecionamos!

Diversidade de gênero e presença feminina

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 2024, há menor diversidade de gênero e raça nos conselhos e diretorias das empresas em comparação à diversidade entre os empregados.

Dois exemplos disso são:

  • entre os 6.323 cargos administrativos analisados, apenas 15,8% são ocupados por mulheres;
  • mesmo em conselhos de administração que têm ao menos uma conselheira, as mulheres ocupam em média 22,8% dos assentos.

Lideranças negras

Nos recortes raciais também temos dados alarmantes. Segundo o IBGE, no Brasil como um todo, pessoas pretas e pardas ocupam menos de 30% dos cargos de liderança, mesmo sendo maioria no país.

Segundo o Instituto Ethos, em um levantamento feito com mais de 500 empresas com os faturamentos mais altos no país, pessoas pretas representavam 57% de aprendizes e trainees. No entanto:

  • quando analisadas as gerências, o percentual é de 6,3% de pessoas pretas;
  • no quadro executivo, o número ainda cai para 4,7%.

LGBT+

Em relação à representatividade de orientação sexual, o cenário também não é muito melhor. Dados do portal Infojobs mostram que 7 em cada 10 profissionais LGBT já desistiram de vagas de emprego por temerem a cultura da empresa e consequentes atitudes discriminatórias.

Além disso, 51% dos entrevistados pelo Infojobs relataram uma percepção de retrocesso nas políticas de diversidade dentro e fora das empresas em 2025.

Pessoas com deficiência (PcD)

Estima-se que a população de pessoas com deficiência no Brasil seja de 18,6 milhões. Deste grupo, de acordo com dados do IBGE, somente 26,6% encontram espaço no mercado de trabalho.

Ainda, segundo o mesmo levantamento, cerca de 55% das PcDs que trabalham estão em situação de informalidade. O rendimento médio também difere: pessoas com deficiência chegam a ter uma renda média 30% menor do que pessoas sem qualquer deficiência.

Exemplos de empresas que investem em diversidade

A seguir, selecionamos uma lista de empresas que adotaram estratégias interessantes de diversidade nas empresas. Confira!

Pepsico

A Pepsico criou a campanha "Ready to Return", com o objetivo de recrutar pessoas que estejam há mais de 2 anos fora do mercado de trabalho. Além disso, o foco desse projeto foi voltado para o recrutamento de quem saiu do trabalho para se dedicar a projetos pessoais (maternidade e estudos, por exemplo).

Outro ponto de destaque da Pepsico foi a assinatura do acordo "He for She", da ONU, cujo principal intuito é estimular o empoderamento feminino.

Natura

Na Natura, existe a Política de Valorização da Diversidade desde 2016. A preocupação com o tema fez render o prêmio da primeira edição do Guia Exame de Diversidade na categoria pessoas com deficiência.

Em seu quadro de colaboradores, há mais de 6% de profissionais, índice acima do exigido por lei (5% para empresas acima de 1000 colaboradores). O seu intuito é de aumentar ainda mais o percentual.

Magazine Luiza

Nos últimos anos, a Magazine Luiza causou debates com um processo seletivo formado apenas por pessoas pretas. Foi o primeiro processo de admissão exclusivo para pessoas com essas narrativas para a vaga de trainees, de modo que trouxesse a oportunidade de ampliar as voz dessa população no processo de digitalização da empresa e do Brasil.

O objetivo da empresa foi de tentar reparar desigualdades historicamente acumuladas, o que traria a oportunidade de garantir a igualdade de oportunidades e tratamento entre as pessoas.

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